América do Sul desafia ONG que relata homofobia em jogos para a Fifa
A Fifa utiliza uma ONG, a Fare Network, para monitorar e relatar incidentes de casos de racismo e homofobia em jogos das eliminatórias da Copa do Mundo.
Com sede na Inglaterra, e especializada em discriminação no futebol, a Fare virou alvo de críticas de confederações de futebol da América do Sul que receberam punições, como multas e proibição de jogar em seus principais estádios, por cantos considerados homofóbicos de seus torcedores.
A defesa da Associação de Futebol do Chile, por exemplo, argumenta que a Fare desconhece a realidade do comportamento da torcida na América do Sul em seus relatórios.
Exemplo dado foi o da punição em partida dos chilenos contra o Paraguai, dia 1º de setembro, em Assunção. No documento da Fare questionado pela defesa do Chile, a punição aconteceu pelo canto "quién no salta es un paraguayo maricón", que pode der traduzido como "quem não pula é um paraguaio bicha".
O argumento é de que é um canto que ocorre há décadas, e de certa forma de incentivo para apoiar sua seleção, sem gerar violência ou discriminação. Outras confederações punidas prometem defesas parecidas (Argentina, Uruguai, Paraguai, Peru, além do Brasil, sofreram sanções).
O Chile foi a confederação mais acionada pela Fifa até agora, com seis punições por cantos considerados homofóbicos. Já recebeu R$ 427 mil em multas, e proibição de jogar no Estádio Nacional de Santiago por, pelo menos, duas partidas das eliminatórias.
O principal alvo da Fare, entretanto, é o "puto" gritado por torcedores em alguns países do continente, quando o goleiro adversário cobra tiro de meta. O "puto", em países de língua espanhola, é um termo pejorativo para homossexuais.
No Brasil, o termo foi adaptado para "bicha", e virou moda em jogos de times e também, agora, da seleção brasileira. A CBF recebeu advertência e multa de R$ 95 mil por esses gritos no jogo contra a Colômbia, de 6 de setembro, em Manaus.
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