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Marcel Rizzo

Avião da Lamia fez parada técnica em Brasília em outubro e chamou a atenção

Marcel Rizzo

30/11/2016 12h40

No dia 5 de outubro, a aeronave da empresa Lamia de matrícula CP-2933, o mesmo que caiu na Colômbia nesta terça-feira (29), com a delegação da Chapecoense, fez uma parada técnica no Aeroporto Internacional de Brasília para reabastecimento.

A bordo, jogadores, comissão técnica e diretores da seleção da Bolívia, que no dia seguinte, 6 de outubro, perderia por 5 a 0 para o Brasil, pelas eliminatórias, em Natal (RN).

Já no solo, por determinação da Polícia Federal, os passageiros precisaram deixar a aeronave para realizar trâmites de imigração, algo que, inicialmente, não estava previsto pela companhia aérea – o destino final era Natal.

O procedimento fez com que houvesse atraso de uma hora e meia para a chegada de delegação na capital do Rio Grande do Norte – a PF não respondeu ao blog o motivo do procedimento.

Na época, cogitou-se a possibilidade de o avião não ter pedido autorização para pousar em Brasília. Ao blog, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) informou que o pouso em Brasília estava previsto, inclusive com a rota aprovada – o voo partiu do aeroporto Viru Viru, em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, onde fica a sede da Lamia e de onde saiu também o voo com os integrantes da Chapecoense que caiu próximo a Medellin e matou 71 pessoas.

O reabastecimento em Brasília foi necessário justamente porque a aeronave, do modelo Bae 146, não teria autonomia para percorrer a distância entre Santa Cruz de La Sierra e Natal, de aproximadamente 4,5 mil km – o avião pode percorrer cerca de 2,9 mil km.

Uma das hipóteses levantadas para a queda do avião é de que houve pane seca, ou seja, de que o combustível acabou pouco antes do momento em que a aeronave pousaria no aeroporto de Medellin. A autonomia para seguir de Santa Cruz de La Sierra para a cidade colombiana era no limite, já que a distância entre as cidades é de aproximadamente 2,9 mil km.

O voo que levou a delegação da seleção boliviana do Viru Viru, até Brasília, percorreu cerca de 2 mil km, dentro da autonomia da aeronave, mas com a necessidade do reabastecimento – o que especialistas já disseram que deveria ter sido feito no voo que levou a Chapecoense.

Avião da Lamia em post do aeroporto de Brasília (Reprodução Twitter)

Avião da Lamia em post do aeroporto de Brasília (Reprodução Twitter)

Curiosidade

A chegada do modelo Bae 146 ao aeroporto de Brasília chamou a atenção dos funcionários locais, já que é um modelo pouco usual por ali. Nas redes sociais, dois posts de 5 de outubro mostravam a curiosidade. No primeiro, foi escrito "a caminho do @AeroportoNAT p/ o jogo de amanhã, a seleção boliviana fez uma paradinha técnica por aqui!".

No segundo, uma brincadeira com os seguidores: "uma aparição rara por aqui. Alguém sabe o modelo desta aeronave que transporta a seleção boliviana?", perguntou o twitter oficial do aeroporto de Brasília. Os dois posts mostravam fotos da aeronave em solo.

Operado pela mesma empresa, a Inframerica, o aeroporto de Natal também demonstrou curiosidade, ao postar uma imagem de radar do avião se deslocando de Brasília a Natal, e escrevendo: "a seleção boliviana já está a caminho do @AeroportNAT em uma BAe-146. Ansiosos pela chegada, pois não recebemos o modelo c/ frequência", escreveram.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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