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Marcel Rizzo

Articulação à vaga de vice da CBF morto em avião cogita cadeira ao Paraná

Marcel Rizzo

08/12/2016 05h00

A articulação para escolha do novo vice-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) já começou, e a tendência, no momento, é que o posto permaneça com cartola ligado ao Sul do Brasil. Um rodízio extraoficial indicaria que a vez é de Hélio Cury, do Paraná – que pode assumir ou indicar aliado.

Vai depender, porém, de o Sudeste não querer de volta sua vaga, retirada da região quando o presidente da Federação do Pará, Antônio Carlos Nunes, foi eleito há um ano vice para ser o substituto direto do presidente Marco Polo Del Nero, em caso de licença ou destituição.

Um dos cinco vices da entidade e um dos poucos opositores de Del Nero, Delfim de Pádua Peixoto Filho morreu aos 75 anos na queda do avião que levava a delegação da Chapecoense, jornalistas e convidados, em 29 de novembro, próximo a Medellin.

Também presidente da Federação de Santa Catarina, ele iria acompanhar um de seus filiados na final da Copa Sul-Americana.

A movimentação ainda é discreta devido à tragédia, mas pelo estatuto da CBF é preciso convocar uma eleição em caso de vacância de um dos vices. Para se candidatar tem que ter apoio de oito federações e cinco clubes, mas é improvável que haja disputa.

Marco Polo Del Nero deve indicar o nome, após acordo com seus aliados.

Tudo passa pela geografia peculiar da CBF, já que a entidade procura dividir as cadeiras de vice de forma regionalizada. Na confederação, o Espírito Santo e Minas Gerais, estados da região Sudeste, fazem parte do Centro-Oeste e o Maranhão, no Nordeste do Brasil, fica no Norte.

Antes da prisão do ex-presidente José Maria Marin, que estava como vice quando foi acusado de corrupção, o Sudeste tinha uma cadeira (Marin), o Centro Oeste era representado pelo capixaba Marcus Antônio Vicente, o Norte por Fernando Sarney, do Maranhão, o Nordeste por Gustavo Feijó, de Alagoas, e o Sul por Delfim Peixoto, de Santa Catarina.

Com Marin preso, o substituto direto de Del Nero passou a ser Delfim Peixoto, já que o estatuto prevê que o vice mais velho, de idade, assume o posto com o presidente fora. Como Peixoto era oposição, Del Nero recebeu o aval de São Paulo e Rio para dar a vaga do Sudeste ao aliado Antônio Carlos Nunes, do Norte, região que ficou com duas cadeiras.

Negociação

O blog apurou que a aposta de presidentes de federações é que Reinaldo Carneiro Bastos, que comanda a Federação Paulista de Futebol, e Rubens Lopes, da Federação Carioca, serão consultados se querem a vaga. Se abrirem a mão, o Sul manteria o posto.

Por um rodízio extraoficial, seria a vez do Paraná. Em 2014, na eleição que elegeu Del Nero, Hélio Cury, que preside a federação local, não entrou na chapa porque era oposição a Del Nero. Isso mudou, e os dois se aproximaram nos últimos meses. Em maio de 2016, Cury foi como um dos representantes da CBF ao México, no Congresso da Fifa – Del Nero não tem saído do pais por orientação de seus advogados, devido à investigação de corrupção nos EUA.

No Rio Grande do Sul, Francisco Novelletto não se dá com Del Nero. Santa Catarina tem um vácuo de poder sem Peixoto, e teve os dos últimos vices da região – antes dele, foi Fábio Marcel Nogueira.

A CBF informou que o assunto não está sendo tratado ainda.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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