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Marcel Rizzo

Projeto de auxílio de vídeo usado é holandês e confusão pode favorecer CBF

Marcel Rizzo

15/12/2016 05h00

A confusão no uso do árbitro de vídeo na semifinal do Mundial de Clubes dá força, no entender da cúpula da CBF, na queda de braço da entidade com a Fifa e com a Federação Holandesa sobre o modelo que deve ser adotado para conferir por imagens dúvidas em campo.

No primeiro gol do Kashima Antlers, do Japão, contra o Atlético Nacional, da Colômbia, nesta quarta (14), o árbitro húngaro Viktor Kassai foi avisado pelo auxiliar de vídeo, quase um minuto após um lance, de que teria sido pênalti para o time japonês, depois de um cruzamento na área.

O jogo havia seguido, e o Atlético Nacional se preparava para cobrar um lateral, quando Kassai parou a jogada, ouviu o assistente, e depois foi até a lateral do campo ver ele mesmo o lance.

É aí que a CBF entende que há problema neste método, sugerido pelos holandeses e que foi a proposta acatada pelo Ifab, órgão que faz as regras do futebol, e pela Fifa para os experimentos.

"Imagina se é um jogo de extrema dificuldade, vai se exigir que o árbitro principal pare o jogo, vá até a lateral e analise o vídeo, quebra o ritmo da partida", disse Sérgio Correa, responsável pela CBF para organizar a implementação dos testes de árbitro de vídeo em jogos do Brasileiro a partir de 2017.

A proposta apresentada pela CBF prevê que o árbitro principal ouça, via rádio, o relato do árbitro de vídeo, e então tome a decisão, com rapidez, sem ir para a lateral do campo ver a TV e sem que a partida pare por demasiado tempo, como foi o caso do confronto no Japão. A CBF também acha que é o árbitro principal que precisa solicitar o vídeo, e não partir do assistente o auxílio.

No caso do jogo do Mundial de Clubes, foram mais de dois minutos até Kassai decidir anotar o pênalti. Se questiona, por exemplo: e se o Atlético Nacional tivesse feito um gol nesse meio tempo?

Para complicar ainda mais a situação, no lance, o jogador Daigo, que foi derrubado dentro da área, estaria em posição de impedimento antes de sofrer a falta – a Fifa, entretanto, fez análise diferente deste lance e avaliou não ter tido impedimento.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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