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Marcel Rizzo

Fifa vota em janeiro Copa do Mundo dividida entre três países. E pede ajuda

Marcel Rizzo

23/12/2016 05h00

No dia 10 de janeiro próximo, o Conselho da Fifa vai votar sobre o aumento do número de participantes da Copa do Mundo, que deve receber 48 seleções a partir de 2026 (o número de 40 também está sobre a mesa — hoje são 32).

Esta votação deve ser aprovada quase que por unanimidade.

O que preocupa a cúpula da entidade é outro projeto patrocinado pelo presidente Gianni Infantino, o de pelo menos três países-sedes por Mundial, já a partir de 2026. Este também será colocado em votação pelo Conselho.

Há rejeição dos Estados Unidos sobre essa divisão entre sedes. O motivo é simples: o país se vê como favorito para receber a Copa de 2026, e quer fazê-la sozinho.

A Fifa, então, está buscando apoio principalmente com os sul-americanos, já que a Europa é favorável à divisão de sedes, para ganhar a votação. A América do Sul quer que em 2030 a Copa seja na Argentina e no Uruguai.

Só que os norte-americanos estão fortalecidos na Fifa depois que o Departamento de Justiça de seu país liderou as investigações que descobriu o pagamento de propinas a dezenas de dirigentes esportivos, alguns deles até vice-presidentes da Fifa, para venda de direitos comerciais de torneios de futebol.

Há consenso entre membros da entidade de que se puder se candidatar à 2026, os EUA vencerão com facilidade – para tentar dificultar a corrupção, serão os 209 membros filiados à Fifa, e não apenas o Conselho, quem definirão os países-sedes da Copa a partir de agora.

A proposta de divisão de anfitriões parte do ponto de vista de economia de investimento. Cada país teria que preparar quatro estádios, e não mais 10 ou 12 como é hoje, portanto gastando menos.

Os EUA, porém, teriam enorme dificuldade em escolher apenas quatro sedes para receber uma Copa do Mundo, pelo tamanho continental do país, e também por ter vários estádios de qualidade prontos, necessitando pequenos ajustes.

Há também a questão financeira: o torneio inteiro no país geraria muito mais dinheiro de patrocinadores do que dividido, por exemplo, com o Canadá e o México.

Anfitrião

Os norte-americanos perderam, em 2010, a indicação da Copa de 2022 para o Qatar, mas vários indícios de que houve corrupção nessa votação fez com que se cogitasse até tirar o torneio do país do Oriente Médio.

Isso não aconteceu principalmente porque já há contratos assinados com alguns patrocinadores, e os valores das rescisões seriam gigantescos.

O Conselho da Fifa é a reformulação do que foi o Comitê Executivo. Depois de denúncias de corrupção que levou dezenas de cartolas ligados à entidade à prisão ou renúncias, como o ex-presidente Joseph Blatter, a Fifa decidiu modificar o órgão que decide os rumos do futebol.

O Conselho tem atualmente 33 membros, mas está previsto para receber até 37 pessoas – algumas confederações ainda não ocuparam todas as cadeiras. Gianni Infantino encabeça o Conselho e, do Brasil, o representante é Fernando Sarney, também vice-presidente da CBF.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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