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Marcel Rizzo

Chapecoense aumenta em mais de 120% o público de seus jogos após tragédia

Marcel Rizzo

16/02/2017 04h00

O acidente aéreo com a delegação da Chapecoense, em novembro de 2016, fez crescer o interesse pelo time de Santa Catarina, e isso está se comprovando em números em 2017.

O início de temporada da "nova" Chape mostrou contagem muito mais expressiva com relação a público e, consequentemente, à renda das partidas, se comparado com o mesmo período e número de jogos de 2016.

A Chapecoense fez oito confrontos neste ano, sendo um amistoso, dois pela Copa da Primeira Liga e cinco pelo Campeonato Catarinense. Em média, 7.228 pessoas assistiram às partidas, seja na Arena Condá, sua casa em Chapecó, ou com o time comandado agora por Vagner Mancini como visitante.

É um aumento de 124% em relação aos 3.227 torcedores, em média, que viram os oito primeiros jogos da Chapecoense em 2016, todos pelo Campeonato Catarinense. Se considerarmos somente os jogos em Chapecó, o aumento percentual é um pouco menor, mas ainda relevante: 101%, de 4.707, em média, de 2016 para 9.446 em 2017.

Fator Palmeiras

Há um detalhe nesse início de temporada para ser levado em conta: o amistoso de janeiro, contra o Palmeiras, na Arena Condá. A renda foi revertida para a Chapecoense, e todos os custos bancados pelo time paulista, mas os números do jogo que teve ingressos mais caros e grande interesse por ser o primeiro pós-acidente "bombaram" principalmente a média da renda da Chapecoense, se comparando os dois inícios de temporada.

Em 2016, o time nas quatro primeiras partidas como mandante teve média de arrecadação bruta de R$ 50.175. Este ano, deixando na conta a renda da partida contra o Palmeiras (de R$ 852.415), essa média foi de R$ 286.630, salto de 471%.

Só que mesmo excluindo o jogo do Palmeiras da média, o aumento na renda bruta continua expressivo de um ano para outro: de R$ 98.035 em 2017, salto de 95,3% se comparado com 2016. Com relação a público sem a partida beneficente contra os paulistas, o aumento percentual cai bem menos do que o da renda, de 124% para 90%.

O calendário da Chapecoense, em 2017, será extenso. Além do Catarinense e da Copa da Primeira Liga, o time jogará a Libertadores, a Copa do Brasil, a Recopa Sul-Americana (contra o Atlético Nacional, campeão da Libertadores 2016), a Copa Suruga (frente o campeão da Copa da Liga Japonesa) e o Brasileiro da Série A. Pode, ainda, defender o título da Sul-Americana, desde que caia na fase de grupos da Libertadores em terceiro de seu grupo.

Todos esses compromissos devem confirmar o interesse pelo time neste ano, e aumentar talvez ainda mais a média de público e de rendas em 2017.

No acidente aéreo morreram 71 pessoas, entre jogadores, membros da comissão técnica, dirigentes, convidados, jornalistas e tripulantes. A Chapecoense viajava para Medellin, na Colômbia, local da tragédia, para enfrentar o Atlético Nacional, pela final da Copa Sul-Americana. O time acabou recebendo o título da Conmebol, após o cancelamento da decisão.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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