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Marcel Rizzo

Del Nero cria diretoria na CBF para controlar outras diretorias

Marcel Rizzo

27/02/2017 04h00

A CBF (Confederação Brasileiro de Futebol) aumentou seu quadro diretivo há cerca de 40 dias criando a diretoria de governança e conformidade. Agora são 15 diretorias, além da secretaria-geral, com salários médios de R$ 50 mil.

O novo cargo foi dado a André dos Santos Megale. Segundo a CBF, ele é formado em direito, tem curso de direito desportivo pela Fifa e nos últimos quatro anos trabalhou na área de "compliance e enforcement" (conjunto de disciplinas para se cumprir as normas legais, as políticas e as diretrizes estabelecidas para as atividades de uma empresa e para evitar e tratar qualquer desvio ou problema internos) da Bovespa Supervisão de Mercados.

Nos últimos anos, Megale se aproximou do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, ao dar palestras de gestão de futebol, primeiro na Federação Paulista de Futebol, entidade que Del Nero comandou até 2015, e depois na CBF.

Em junho de 2015, dois meses após Del Nero assumir o comando da confederação brasileira, Megale foi um dos palestrantes do curso de gestão da CBF, que teve como coordenador Rogério Caboclo, hoje o principal executivo da entidade.

Ainda segundo a CBF, "a diretoria de governança e conformidade é responsável por garantir a observância, em todos os processos, das normas externas e internas aplicáveis. Para tanto, deve acompanhar os processos de trabalho da CBF e, quando for o caso, apoiar a criação ou atualização dos normativos internos da entidade. Esta diretoria garantirá que a CBF desempenhe suas atividades com base nas melhores práticas de governança e gestão de riscos como, por exemplo, a adequação de seus processos às certificações ISO".

Traduzindo, a função do novo núcleo é detectar se as normas da entidade, em cada diretoria, são seguidas. A CBF diz ter embarcado em uma campanha por transparência depois que seu ex-presidente José Maria Marin foi preso e seu atual presidente, Marco Polo Del Nero, foi também acusado de receber propina para vender direito comerciais de torneios a empresas de marketing esportivo. Ambos negam as acusações.

O quadro diretivo da CBF tem executivos, pessoas que fizeram carreira na CBF, presidentes de federações, mas também políticos de carreira. As diretorias de assuntos internacionais e de ética e transparência, por exemplo, estão com os deputados federais Vicente Cândido e Marcelo Aro, respectivamente.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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