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Marcel Rizzo

Precisamos falar do Cruzeiro de Mano Menezes, o time mais eficiente

Marcel Rizzo

19/03/2017 18h00

O Cruzeiro não fez uma boa partida neste domingo no 1 a 1 contra o Tombense, e deixou o Mineirão vaiado. Colocado isso, é preciso se analisar o início do ano da equipe comandada por Mano Menezes.

O time não tem um elenco badalado como Palmeiras, Flamengo e Atlético-MG, não tem um treinador ídolo como o São Paulo, ou uma equipe competitiva como o Corinthians.

Mas hoje, 19 de março, é o melhor do Brasil. Nenhuma equipe do país tem aproveitamento tão bom em jogos oficiais neste 2017 — foram 14 partidas, com 12 vitórias, dois empates e nenhuma derrota entre o Campeonato Mineiro e a Copa do Brasil, já somado o empate contra o Tombense — um raro tropeço no ano.

A era Mano Menezes recomeça no Cruzeiro em julho de 2016, momento difícil do time no Campeonato Brasileiro. Estava em penúltimo. O trabalho fez a equipe acabar na 12ª colocação, com 51 pontos. Escapou do rebaixamento, mas ali o treinador começava a esboçar a equipe que, reforçada por Thiago Neves, tem se mostrado sólida em 2017.

O Cruzeiro marca por pressão, e roda a bola quando a tem. Usa a habilidade de Arrascaeta e Thiago Neves, e tem dado nova vida ao bom Lucas Silva, que deixou o clube rumo ao Real Madrid, onde não teve chance e acabou encostado.

Mas o Campeonato Mineiro é fraco tecnicamente, e as primeiras fases da Copa do Brasil também, podem argumentar aqueles que acham cedo qualquer elogio. Os Estaduais, num geral, apresentam qualidade baixa, mas há grandes que se complicam e perdem jogos.

Na Copa do Brasil, o Cruzeiro atravessou as três primeiras etapas com alguma dificuldade contra o Volta Redonda na primeira, mas depois atropelou o São Francisco-PA e Murici-AL. Terá um grande teste na próxima etapa, quando enfrentará o São Paulo. Mano, porém, mostra que sua principal qualidade, de formar times competitivos com o que tem em mãos, continua ativa.

O técnico ficou marcado pela demissão da seleção brasileira, após a derrota nos Jogos Olímpicos de Londres-2012, em um momento que a dupla que comandava a CBF, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero, preferiu aceitar o clamor popular por Luiz Felipe Scolari quando Mano começava a dar "uma cara" para o Brasil –e quando a CBF já era pressionada por problemas extracampo

Há o que melhorar, claro. O empate contra o Tombense, neste domingo, mostrou problemas de finalização e, em alguns momentos, de criação de jogadas pelas laterais. A torcida chegou a vaiar em alguns momentos, mostrando que ainda se ressente das campanhas irregulares nos dois últimos anos.

O Brasileiro começa em maio, tem como favoritos Palmeiras, Flamengo e Atlético-MG, mas é bom prestar atenção neste Cruzeiro de Mano Menezes.

Aproveitamento dos 12 clubes de maior torcida em 2017:

Cruzeiro: 90,4%

Flamengo: 83.3%

Palmeiras: 75,7%

Atlético-MG: 75%

Fluminense: 73,3%

Corinthians: 69,2%

Inter: 68,8%

São Paulo: 64,1%

Botafogo: 58,3%

Santos: 51,5%

Grêmio: 51,5%

Vasco: 50%

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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