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Marcel Rizzo

Classificação sul-americana à Copa-2018 será decidida em tapetão na Suíça

Marcel Rizzo

05/06/2017 04h00

Bolivianos comemoram gol nos 2 a 0 sobre o Peru, resultado que mudou (Crédito: Jorge Benal/AFP)

A classificação das seleções sul-americanas para a Copa da Rússia de 2018 deverá ser decidida na última instância da justiça desportiva, em Lausanne, na Suíça.

No dia 5 de julho, uma audiência na Corte Arbitral do Esporte (a CAS, com iniciais em inglês) analisará a perda de seis pontos da Bolívia nas eliminatórias para o Mundial do ano que vem, decisão da Fifa que altera drasticamente a tabela – lembrando que, com 33 pontos, o Brasil já está garantido na Rússia-2018 e este julgamento não influenciará em nada.

Os bolivianos acionaram a CAS após perder nas duas instâncias julgadoras da Fifa a defesa de que escalou irregularmente o zagueiro Nelson Cabrera nas partidas contra Peru, em 1º de setembro de 2016, e Chile, em 6 de setembro. Os rivais foram declarados vencedores por 3 a 0. Isso alterou a tabela, e fez com que a audiência de julho na CAS seja inédita porque terá a participação como interessados de outras cinco federações, além de Chile, Bolívia e Peru.

Argentina, Uruguai, Colômbia, Paraguai e Equador pediram para ser parte do processo, já que as mudanças na pontuação afetam suas posições na classificação para a Copa, e a CAS aceitou. Todas elas poderão argumentar na audiência, além das três federações ligadas diretamente ao caso e também a Fifa, que decidiu pela perda dos pontos dos bolivianos – somente Brasil, já classificado, e Venezuela, eliminada, não pediram para participar do encontro.

As cinco federações extra na audiência tentarão ajudar a Bolívia a recuperar os pontos. Foram quatro perdidos, três porque venceu o Peru por 2 a 0 e um pelo empate sem gol contra o Chile. Os três pontos no "tapetão" ganhos pelo Peru os colocaram com 18, novamente na briga por vaga à Rússia, já que ainda faltam quatro rodadas para o término da competição. Mas foram os dois pontos chilenos que atrapalharam realmente as cinco federações que pediram para participar do processo.

A classificação das eliminatórias da América do Sul com as alterações de pontos

Sobe e desce

O Chile hoje ocupa a quarta posição na tabela, com 23 pontos, um a mais do que a Argentina, que na quinta colocação teria que disputar a repescagem para tentar ir à Copa. Sem os dois que ganhou na Justiça da Bolívia, o Chile cairia para 21, em quinto, deixando a Argentina em quarto e se distanciado de Colômbia (em segundo, com 24) e Uruguai (terceiro, com 23, mas na frente dos chilenos hoje pelo saldo de gols). Para as cinco federações que pediram para participar do processo, é importante que a Bolívia recupere seus pontos, e Chile e Peru caiam na tabela.

A defesa chilena, representada pelo advogado brasileiro Eduardo Carlezzo, alegou que Cabrera não podia ter participado das partidas da Bolívia porque descumpria prazo de regularização. Nascido no Paraguai, ele deveria ter no mínimo cinco anos de residência na Bolívia para que sua naturalização concedesse direito a jogo, mas na época da partida ele vivia no país havia menos de quatro anos. A Fifa entendeu que houve irregularidade, em primeira e segunda instâncias, e em novembro tirou os pontos da Bolívia e os deu a Chile e Peru.

A decisão não será anunciada em 5 de julho, dia da audiência, mas a CAS prometeu aos envolvidos que anunciará o veredicto até 31 de agosto, quando acontecerá a 15ª rodada das eliminatórias sul-americanas.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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