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Marcel Rizzo

Bolsa-Fifa: entidade pagará viagens, bolas e uniformes de filiados carentes

Marcel Rizzo

25/07/2017 04h00

Presidente da Fifa, Gianni Infantino, eleito em fevereiro de 2016 (Crédito: Cyril Zingaro/EFE)

A Fifa vai subsidiar gastos com viagens e compra de equipamentos, como bolas e uniformes, para a maioria de suas associações membros.

O blog apurou que foi uma das promessas de campanha às confederações, principalmente às mais pobres, do atual presidente da Fifa, o suíço Gianni Infantino, eleito em fevereiro de 2016 – a entidade que comanda o futebol no mundo tem atualmente 211 filiados.

O comunicado foi enviado em 11 de julho, com uma ficha para solicitar o subsídio. Mas nem todas as confederações terão direito – 117 associações foram elegíveis a receber ajuda para viagens, e 150 para receber equipamentos.

Segundo a Fifa, chegou-se aos elegíveis com base em um relatório independente do Centro Internacional de Estudos do Esporte (Cies, com sigla em inglês) e após representantes da entidade terem contato com as associações membro. Identificou-se em cada uma delas a necessidade do dinheiro e se a ajuda poderia desenvolver o esporte no país.

O Brasil não tem direito a nenhum dos subsídios, nem qualquer outra seleção que já tenha conquistado a Copa do Mundo. Mas há confederações da elite que se elegeram a receber, como o México, que esteve nos últimos seis mundiais e aparece na 16ª colocação do ranking da Fifa (no caso dos mexicanos identificou-se possibilidade de crescimento do futebol feminino).

Os mexicanos terão direito a US$ 100 mil (R$ 315 mil), para ser usado no ciclo 2016 e 2018, para compra de equipamentos para seleção feminina principal, times de base e para torneios de meninos ou meninas que organizar – não é possível usar o dinheiro para a compra de material para a seleção masculina principal, informou a Fifa.

No caso dos equipamentos, são três faixas de subsidio: na menor, de US$ 100 mil, aparecem o México e outros países que costumam participar de Copas, como a Costa Rica, a Tunísia, o Irã e a Coreia do Sul. A intermediária, de US$ 150 mil (R$ 472 mil), que aparecem elegíveis países como Marrocos, Camarões e Costa do Marfim, e o maior, de US$ 170 mil (R$ 535 mil), e que tem as associações menores, como a Somália, pior classificada no ranking Fifa.

Para o subsidio das viagens é possível usar o dinheiro com a seleção masculina principal, em amistosos oficiais ou jogos de eliminatórias para a Copa do Mundo, por exemplo. O valor é de US$ 175 mil (R$ 550 mil) por ano, para o período de 2016 até 2018 (será pago retroativo). A exceção foram os países da Oceania, que terão direito a US$ 127,5 mil (R$ 400 mil) porque os 11 membros do continente filiados à Fifa foram eleitos para o subsidio.

Na América do Sul, o Paraguai e a Bolívia receberão o subsídio de viagens – os paraguaios participaram de quatro das últimos cinco Copas do Mundo. Já o Equador e a Venezuela foram eleitos para ajuda na compra de equipamentos, na cota menor, e a Bolívia na intermediária. 

Todas as confederações elegíveis que receberem o dinheiro terão que prestar contas, enviando os recibos dos gastos — poderá haver reembolso da Fifa, se viagens já foram feitas ou equipamentos comprados. E ao fim do ciclo, nesse caso 2018, será feito novo relatório para saber o impacto da ajuda no desenvolvimento das deficiências em cada associação que recebeu ajuda.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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