Procura-se grana: dois estádios estão ameaçados para Copa América do Brasil
A Copa América de 2019 que será disputada no Brasil pode ter menos sedes do que previsto inicialmente pela Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), atualmente acertadas para sete cidades diferentes.
A verba para a realização da competição deverá ser menor do que se imaginava, e isso, num primeiro momento, impactaria no número de cidades a receber partidas. Seis já estavam pré-definidas, como mostrou o site da Globo em abril: São Paulo (com dois estádios, as arenas de Corinthians e Palmeiras), Rio, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador e Brasília. Fortaleza e Recife disputavam a sétima vaga.
A ideia é que, se for preciso diminuir os custos modestamente, as capitais do Ceará e de Recife fiquem fora, e as outras seis sejam mantidas. Mas não se descarta mais cortes. Menos sedes podem exigir estrutura menor e até menos participantes.
Em abril também foram definidos, com aprovação do Conselho da entidade, o antigo Comitê Executivo, o número de 16 participantes – os dez países membros da Conmebol, e seis convidados, que poderiam ser países das Américas do Norte e Central, da Ásia e até da Europa.
Se fosse necessário enxugar os participantes seria preciso o aval do Conselho – a entidade rejeita, no momento, diminuição nos convites porque seleções de outros continentes, principalmente europeus – cogitou-se Espanha, Itália e França – são o principal atrativo para busca de patrocinadores que banquem o evento.
A Copa América de 2019 ainda é um dos torneios envolvidos no esquema de corrupção investigado pelo departamento de Justiça dos EUA, que levou à prisão dezenas de cartolas e empresários do ramo de marketing desportivo. Entre os presos está o ex-presidente da CBF José Maria Marin, acusado, como outros, de receber propina para vender os direitos de transmissão de competições como a Copa América e a Copa Libertadores.
A Datisa, empresa criada com participação de outras três companhias especializadas em negociar campeonatos (Traffic, Full Play e TyC) comprou, em 2013, o direito das Copas Américas de 2015 (Chile), 2016 (EUA), 2019 (Brasil) e 2023 (Equador). Pagaria total de US$ 317,5 milhões (R$ 990 milhões, em cotação atual), US$ 80 milhões (R$ 250 mi) somente para a edição de 2019.
Em maio de 2015, pouco antes da Copa América do Chile, estourou o escândalo de corrupção, sem tempo hábil de alterações contratuais. Em outubro de 2015, a Conmebol anunciou o rompimento do contrato com a Datisa para a Copa América do Centenário, a de 2016, que seria (e foi) realizada nos EUA.
Com relação aos dois outros torneios, de 2019 e 2023, nada foi modificado e o caso deve ter definição apenas judicial. É isto que dificulta a venda comercial da Copa América que será realizada no Brasil, não se saber quem poderá negociar, quando e por quanto. Com esse cenário, a configuração exata da Copa América de 2019 será definida até dezembro.
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