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Marcel Rizzo

Paraguai na Copa do Mundo de 2030 abre crise; Chile e Colômbia querem vaga

Marcel Rizzo

11/09/2017 12h00

A inclusão do Paraguai como postulante à sede da Copa do Mundo de 2030, em candidatura conjunta com Argentina e Uruguai, abriu uma crise dentro da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol).

O acerto feito entre o presidente da entidade, o paraguaio Alejandro Dominguez, e o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, não foi bem recebido por argentinos e uruguaios, que há mais de dez anos trabalham juntos para a chance de receber o centenário do Mundial (realizado pela primeira vez em 1930, no Uruguai), mas também desagradou a dirigentes de outras confederações, que também têm interesse em receber a Copa do Mundo.

O blog apurou que Chile e Colômbia devem levar nos próximos dias solicitação para também integrarem a candidatura, o que, se confirmado, seria um pedido inédito na história da Copa do Mundo: cinco federações querendo, juntas, organizar a competição, que a partir de 2026 terá 48 participantes.

Chilenos e colombianos não gostaram de ver o Paraguai entrando em cena sem uma discussão entre as associações membros dentro da Conmebol. Mesmo com o argumento de que apenas a capital Assunção receberia jogos, e poucas partidas, argentinos e uruguaios também viram como uma intromissão em um projeto que já estava consolidado.

À imprensa uruguaia, o governo local oficializou seu descontentamento. Fernando Cáceres, secretário de esporte do Uruguai, disse que receberam com surpresa e desgosto a notícia e que não foi honrado o processo de postulação.

Fator Paraguai

A sede da Conmebol fica em Luque, cidade da região metropolitana de Assunção, e dos últimos quatro presidentes da entidade, três foram do Paraguai, incluindo Dominguez – Nicolás Leoz e Juan Ángel Napout, além do uruguaio Eugenio Figueredo, por sinal, estão presos acusados pelo Departamento de Justiça dos EUA de receberem propinas para vender direitos comerciais de torneios da confederação a empresas de marketing esportivo.

Desde os anos 1980, quando Leoz assumiu a entidade e levou a sede da Conmebol ao Paraguai, encerrando um rodízio entre os países, o governo paraguaio tem proximidade da cúpula da Conmebol.

A nova gestão da Fifa, que assumiu em fevereiro de 2016, defende que mais de uma sede receba cada edição da Copa no novo formato, sugestão que pode baratear custos para cada país envolvido na organização. Em 2026, por exemplo, o Mundial deve ocorrer nos EUA, México e Canadá (Marrocos também quer).

Mesmo assim, é improvável que a Fifa aceite cinco sedes, algo que tornaria inviável diversos aspectos da organização, como preço de ingressos, isenção de impostos, entre outros pontos que cada país tem sua particularidade e diferentes leis. Dentro da entidade o limite sugerido é Copas com três sedes no máximo.

A candidatura conjunta da América do Sul terá um forte concorrente para 2030, a China, que quer o Mundial e hoje tem empresas patrocinando a Fifa em meio à debandada de parceiros que deixaram a entidade após os escândalos de corrupção que levaram à prisão dezenas de cartolas, entre eles o brasileiro e ex-presidente da CBF José Maria Marin.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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Notícias dos bastidores do esporte, mas também perfis, entrevistas e personagens com histórias a contar.