Marin espera que sentença demore por chance de voltar à prisão domiciliar
A avaliação da equipe que defende o ex-presidente da CBF José Maria Marin é de que a sentença da juíza Pamela Chen não saia até fevereiro, prazo que vem sendo trabalhado como provável por pessoas que conhecem o funcionamento da Justiça americana em casos parecidos.
E isso é considerado bom para o ex-dirigente por dois motivos: primeiro que a defesa prepara já os documentos para recorrer da condenação a uma corte de apelação nos EUA. E segundo porque também ganham tempo para preparar o pedido para que Marin possa recorrer em prisão domiciliar, em seu apartamento na Trump Tower, em Nova York, como esteve no período entre sua extradição aos EUA e o julgamento, que teve início no começo de novembro passado.
Na sexta-feira passada (22), Marin foi condenado por 12 jurados por seis dos sete crimes de que foi acusado pela Justiça americana. No mesmo dia, a juíza Chen determinou que o ex-cartola, acusado de receber propinas para vender direitos comerciais de torneios de futebol como a Libertadores e a Copa do Brasil, fosse levado para uma prisão federal em Nova York, a Metropolitan Detention Center.
Relatos após Marin ser levado para lá apresentaram a prisão como um lugar de ruim para péssimo, "um depósito de humanos", principalmente por ser uma local transitório, ou seja, ficam ali presos esperando a sentença ou o julgamento — quando sair a de Marin, e se a decisão for a de mantê-lo preso, ele será transferido para outra penitenciária.
O entendimento de pessoas próximas ao ex-chefe da CBF, porém, é de que o local é rígido, mas apresenta melhores condições do que se ele tivesse sido levado a um presídio estadual nos EUA, que normalmente têm mais problemas. Há otimismo entre eles de que Marin poderá recorrer em prisão domiciliar por causa de sua idade avançada, 85 anos, e por já ter pago fiança quando foi extraditado, em novembro de 2015 (ele foi preso na Suíça, em maio do mesmo ano).
Apesar de poder ser condenado a mais de 120 anos de prisão, o mais provável é que sua pena seja de até dez anos. Sua condenação embaralhou o processo eleitoral da CBF, que tem o atual presidente, e sucessor de Marin, Marco Polo Del Nero, suspenso provisoriamente pela Fifa por ser acusado pelos mesmos crimes de Marin.
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