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Marcel Rizzo

Sem opção atraente, Flamengo vai monitorar situação de técnicos empregados

Marcel Rizzo

12/01/2018 04h00

"Vai contratar quem?". Entre dezembro de 2017 e janeiro, o blog ouviu a frase de alguns dirigentes e até mesmo procuradores que questionavam a falta de opções no mercado de treinadores no futebol brasileiro.

Não se estranha, portanto, que o Flamengo tenha decidido esperar depois que o colombiano Reinaldo Rueda deixou o clube para comandar a seleção chilena. Paulo César Carpegiani ficará no banco de reservas nesses primeiros meses de 2018, mas ele mesmo afirmou que deve ocupar o cargo de coordenador quando um técnico for contratado.

O Flamengo aguarda, apurou o blog, o maluco mercado de treinadores do Brasil atuar. O que é isso? Provavelmente nos próximos meses trabalhos serão mal avaliados, e técnicos serão demitidos. É comum acontecer isso no primeiro semestre, quando profissionais recém-contratados não se ajustam ao novo empregador ou quando aqueles que estão há mais tempo no cargo se desgastam se não repetem um bom resultado.

Em 2017, até julho, seis dos times de elite brasileiros demitiram treinadores: Palmeiras (Eduardo Baptista), Atlético-MG (Roger Machado), São Paulo (Rogério Ceni), Inter (Antônio Carlos Zago), Santos (Dorival Júnior) e Vasco (Cristóvão Borges) — o Flamengo esperou até agosto para dar adeus a Zé Ricardo.

Alguns nomes aparecem no radar flamenguista, que hoje estão muito bem empregados, mas nos próximos meses nunca se sabe: Renato Gaúcho, do Grêmio (por sua identificação com passagens pelo clube como jogador, um nome que agrada e muito a direção atual), Jair Ventura, do Santos (que acabou de chegar à Vila Belmiro pagando multa rescisória ao Botafogo, mas entra na lista de técnico em novo trabalho que pode não dar certo), Roger Machado, do Palmeiras (situação idêntica ao de Ventura), e até mesmo o atual campeão brasileiro Fábio Carille, do Corinthians.

Mercado frio

Clubes que ao fim de 2017 cogitaram trocar de treinador recuaram justamente porque o mercado não oferecia opções interessantes. Casos de São Paulo, com Dorival Júnior, e Atlético-MG, com Oswaldo de Oliveira. Outros optaram por apostar em treinadores pratas da casa, como o Inter (Odair Hellman) e Botafogo (Felipe Conceição).

O Palmeiras, que em 2017 teve Eduardo Baptista e Cuca sendo demitidos durante a temporada, preferiu não efetivar seu prata da casa, Alberto Valentim, e foi ao mercado no nome disponível mais óbvio, Roger Machado. O Santos fez algo até pouco comum entre clubes brasileiros: oferta para Jair Ventura, técnico empregado no Botafogo e pagando uma multa rescisória de cerca de R$ 800 mil.

Há uma renovação de quadros como treinadores, mas alguns deles, como Eduardo Baptista e Guto Ferreira, quando chegaram a clubes da elite não tiveram sucesso, fazendo com que treinadores mais veteranos, como Oswaldo de Oliveira e Abel Braga, permanecessem candidatos a vagas de trabalho. Vanderlei Luxenburgo teve sua chance no Sport, mas acabou saindo antes do fim do Brasileiro, e Cuca retornou ao Palmeiras, mas não teve o mesmo sucesso do título brasileiro de 2016.

Esses nomes, assim como o Flamengo e o técnico/coordenador Carpegiani, permanecem esperando para ver como o mercado vai reagir às demissões do primeiro semestre. Que devem acontecer.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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