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Marcel Rizzo

Não é só a Fox! Veja quem já fechou com a Globo para transmitir a Copa

Marcel Rizzo

06/04/2018 04h00

Cristiano Ronaldo será um dos destaques na Copa da Rússia (Crédito: Pedro Nunes/Reuters)

Atualizado às 12h30

A Copa-2018 na Rússia terá transmissão, até o momento, para 212 países. E o Brasil será aquele com maior número de emissoras levando em conta todas as plataformas negociadas pela Fifa — TV (aberta e fechada), rádio, internet e mobile.

O número deve aumentar até junho, quando o Mundial começa, já que a federação internacional ainda negocia com empresas para alguns territórios — a meta é ao menos se aproximar de 2014, quando 223 viram a Copa no Brasil. A entidade define como território porque em alguns casos as vendas ocorrem para regiões que nem autônomas são. Um exemplo é o departamento francês chamado Reunião, uma ilha no oceano índico, em águas africanas, que a Fifa cede separadamente dos pacotes oferecidos para a França.

No Brasil, a TV Globo comprou o kit completo para as Copas de 2018 e 2022 (que será no Qatar), com valores não divulgados. Em posse dos direitos, pode repassá-los, que é o que fez 16 vezes. Contando a transmissão da Globo em TV aberta, que será sem concorrência porque não houve acordo com a tradicional parceira Bandeirantes, serão até o momento 17 emissoras com direitos do Mundial no Brasil, a maioria rádios. O segundo país em que mais veículos de comunicação terão acesso à Copa é o Uruguai, com 12.

Para TV, a Globo negociou apenas com a Fox Sports, que como o SporTV (da Globosat, do Grupo Globo) poderá transmitir os 64 jogos em TV fechada. Os 14 repasses restantes foram para rádios, alguns até de grupos ligados à própria Globo em estados fora do eixo Rio-São Paulo, como a Verdes Mares, em Fortaleza (CE).

O Grupo Bandeirantes, que não fez acordo pela transmissão na TV, comprou os direitos para sua rádio, assim como a Jovem Pan, a Rádio Gaúcha, a Rádio Absoluta (de Campos dos Goytacazes, no RJ), Rádio Mundial (São Paulo), Rádio Excelsior (Salvador), Transamérica (SP), Rádios Globo (SP e RJ), a Itatiaia (MG), a Jornal do Commercio (Recife) e a EBC (Empresa Brasil de Comunicação, do governo federal) e Sagres 730 (Goiânia).

Para internet e mobile a Globo tem exclusividade. Nos pacotes que a Fifa vende, internet e mobile (celular) na maioria das vezes estão atrelados, mas em alguns países determinadas empresas preferem adquirir somente o mobile porque elaboram aplicativos especiais para celulares, o que não será o caso do Brasil.

Denúncias de corrupção

Os 212 países, ou territórios, acompanhando a Copa ainda é inferior ao Mundial de 2014, no Brasil, quando houve transmissão para 223. A Fifa avalia que ainda pode chegar a esse número, já que com a aproximação do torneio o interesse aumenta.

Houve a percepção de que as acusações de corrupção contra cartolas, que explodiram em 2015, justamente tendo a venda de direitos comerciais de competições como gancho para processos e prisões, atrasaram a procura pelos direitos de transmissão do Mundial para aqueles países que ainda não tinham nada fechado — a Globo, por exemplo, assinou em 2012 o contrato para as Copas de 2018 e 2022. Um dos delatores da ação que corre nos EUA chegou a citar a empresa brasileira como uma das que pagaram propina para ter acesso facilitado a esses acordos, mas o caso não progrediu. A Globo negou qualquer irregularidade.

Em 2017, a Fifa faturou US$ 229 milhões (R$ 757 milhões) com direitos de transmissão de suas competições, principalmente com a Copa do Mundo (não há uma divisão entre os valores de cada torneio). Os principais acordos fechados no ano passado para o Mundial-2018 foram com a empresa Mediaset, que adquiriu os direitos para dois mercados gigantes que são Espanha e Itália, com a China Central Television (CCT), para outro mercado enorme, o chinês, e o principal e que mais preocupava a Fifa: finalmente acertou com uma empresa russa, a 2SPORT2, que já fez a revenda para outras três companhias do país.

A previsão é que a Fifa fature algo como US$ 2 bilhões (R$ 6,6 bilhões) com os direitos de transmissão da Copa do Mundo da Rússia. O valor, claro, ainda depende de novos acordos que serão fechados até junho.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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