Elogiado, árbitro da final Palmeiras x Corinthians volta a apitar na elite
O árbitro Marcelo Aparecido de Souza, um dos pivôs da polêmica final do Campeonato Paulista entre Palmeiras e Corinthians, dia 8 de abril, voltará a trabalhar na elite do futebol brasileiro quase dois meses depois da decisão estadual. Ele foi escalado para comandar Inter x Sport, sábado (2), no Beira-Rio.
Souza já havia estado em duas partidas organizadas pela CBF nas últimas semanas: dia 15 de maio fez seu primeiro jogo pós-final do Paulista no empate sem gol entre Criciúma e Juventude, pela Série B, em Santa Catarina. E no último domingo, no Recife, foi o árbitro da vitória do Náutico por 2 a 0 sobre o Confiança, pela Série C. Seu trabalho foi elogiado e ele ganha nova chance na elite.
Com ele estarão, na partida, os dois auxiliares que também estavam na final do Paulista, Anderson Coelho e Daniel Paulo Ziolli. Ambos também estavam fora da elite desde o confronto de 8 de abril.
A comissão de arbitragem da CBF segurou Souza nas escalas até que o Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo definisse se levaria ou não adiante a investigação de possível interferência externa no clássico que definiu o Estadual em São Paulo — os palmeirenses reclamam que Souza teria sido avisado por alguém de fora do quinteto de arbitragem que supostamente não houve pênalti de Ralf em Dudu, infração inicialmente marcada.
O jogo estava 1 a 0 para o Corinthians, o placar final, e o Palmeiras teria ótima chance para o empate no lance do pênalti, resultado que poderia lhe dar o título. Souza voltou atrás na marcação do pênalti, segundo ele, depois de avisado pelo quarto árbitro Adriano de Assis Miranda, que diz ter visto o toque na bola de Ralf — o Corinthians venceu a decisão por pênaltis e acabou campeão.
O TJD ainda vai analisar, em 4 de junho, um último recurso do Palmeiras, que pede que, ao menos, o caso seja julgado — nem chegou a essa fase, já que o inquérito foi arquivado. É improvável que haja algum avanço nessa esfera da justiça desportiva, portanto a CBF entendeu que deveria recolocar Souza nas escalas.
Inicialmente, a entidade iria poupá-lo ao máximo de apitar na elite do futebol brasileiro, até para evitar alguma irritação do Palmeiras. Mas ele foi muito bem avaliado nos jogos da Série B e C que fez nas últimas semanas, principalmente no duelo da Segundona entre Criciúma e Juventude. Ele até apareceu em relatório que a comissão de arbitragem faz sobre erros e acertos, e coloca no site. No lance, ele expulsou Marlon, do time da casa, por pisar em Fellipe Mateus. A decisão foi elogiada pela confederação.
Em 2017, Souza esteve em 14 jogos da Série A, quase 40% de todas as rodadas da competição. Número bem superior ao que trabalhou nas Série B (quatro partidas) e C (duas). Aos 46 anos, ele se encaminha para a aposentadoria, e tem uma carreira considerada boa pelas comissões de arbitragem da CBF e FPF, que avaliaram como seu principal erro na decisão demorar muito tempo para deixar claro que o pênalti havia voltado.
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