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Marcel Rizzo

A esperança argentina de Messi não se aposentar após a Copa da Rússia

Marcel Rizzo

25/06/2018 05h10

Messi e Sampaoli: relação não é a melhor na Copa do Mundo (Crédito: Victor R. Caivano/AP)

Mesmo se classificar a Argentina para as oitavas de final da Copa, ressuscitar o time e ganhar um hoje improvável título mundial, Jorge Sampaoli não deve seguir no comando da seleção. Há um desgaste com o elenco e com a direção da AFA (Associação de Futebol da Argentina), além de um terceiro ponto fundamental: Messi.

Não é improvável que o camisa 10 anuncie após a Copa que se aposentará da seleção argentina. Se houver mais um fracasso, deverá dizer que está cansado de perder. Se for campeão, poderá sair por cima. Aos 31 anos recém-completados, ainda teria idade para mais uma Copa, aos 35 em 2022 no Qatar, e a cartolagem da AFA deve tentar convencê-lo, independentemente do que aconteça, para que ele não encerre agora a carreira na seleção – além da questão técnica, financeiramente é um chamariz de patrocinadores.

Mas, se Sampaoli por exemplo levantasse o troféu e houvesse a mínima chance de não sair, isso seria um motivo a mais para o capitão pendurar as chuteiras na seleção. Apesar de o craque não ter característica de confronto, mesmo quando, por exemplo, o técnico monta o time em um esquema que não o beneficia, Messi, como o restante do elenco, não está contente com o trabalho do técnico.

A relação de Messi com sua seleção sempre foi de altos e baixos. Não ganhou títulos com o time principal, com três derrotas em finais – duas em Copas América e uma na Copa-2014. Há quatro anos, no Brasil, levou o time nas costas até a final contra a Alemanha no Maracanã, e não ganhou por um detalhe  (ah se Higuaín e Palacio marcassem).

Aquela parecia ser sua Copa, aos 27 anos, no auge. Ele ainda está bem fisicamente, mas já na Rússia, por algum motivo (pessoal?), não demonstra a mesma motivação. Até mimos vai ganhar para o decisivo jogo contra a Nigéria, nesta terça (26).

Talvez, se o time avançar às oitavas, Messi se anime. Talvez, se chegar a mais uma final, também se anime e não deixe a seleção ainda jovem.  Mas, ao que parece, ele terá que levar o time nas costas de novo, e isso deve estar cansando-o.

Para a Argentina pode bastar uma vitória simples, 1 a 0 por exemplo, sobre os nigerianos para se garantir nas oitavas — desde que a Islândia não bata o time misto da Croácia que, já garantida em primeiro do Grupo D, poupará jogadores. Se os islandeses vencerem, os argentinos vão precisar ganha por diferença maior de gols, já que hoje têm um saldo pior (três negativos contra dois negativos).

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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