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Marcel Rizzo

Seleções de craque solitário x disciplina tática: quem vence na Rússia?

Marcel Rizzo

30/06/2018 08h15

Em poucas horas, as duas maiores estrelas do futebol nos dez últimos anos podem ter agendado um confronto inédito, e provavelmente o último, em Copas do Mundo. Ou podem, no mesmo dia, dar adeus ao Mundial.

Lionel Messi e Cristiano Ronaldo atuam em seleções que dependem, muito, deles. Argentina e Portugal são quase times de um só jogador, algo comum em Copas, mas que muitas vezes fazem com que essas estrelas fiquem longe dos momentos decisivos dos Mundiais, o que pode se repetir na Rússia.

Messi e Ronaldo têm chance de se enfrentar nas quartas, mas seus times não são favoritos nas oitavas.  O egípcio Salah, que com a dupla de Argentina e Portugal deve ser finalista do prêmio de melhor do mundo na temporada 2017/2018 por suas atuações no Liverpool, foi embora na primeira fase. Se recuperando de lesão, não pode ajudar seu fraco time do Egito a passar de fase em um grupo que não tinha nenhum bicho-papão (Rússia, Uruguai e Arábia Saudita).

Se a Argentina perder da França, e Portugal dos uruguaios, os três principais jogadores do último ano terão deixado a Copa bem cedo. Quem mais tem status de craque indiscutível nesta Copa? Neymar, do Brasil, que tem a vantagem de jogar em um time reconhecidamente melhor do que Portugal, Argentina e Egito. Não só como equipe, mas com jogadores de mais qualidade a seu lado. Tanto que, nesse momento, Philippe Coutinho protagonizou muito mais na Rússia do que o camisa 10 brasileiro — levando em conta, claro, que Neymar se recupera de lesão no pé e não está 100%.

França e Espanha, candidatas ao título, não têm craques excepcionais em seu elenco. Há bons jogadores, como Griezmann, Mbappé, Isco, Iniesta (já em fim de carreira), mas podem, por exemplo, chegar mais longe que Argentina e Portugal justamente por terem um time, não apenas um craque.

A Bélgica entra nesse patamar de time bem montado sem craques espetaculares. Talvez Hazard, um dia, poderia flertar com o status de jogador fora de série, mas não chegou a esse ponto. Nessa Bélgica de 2018, porém, ele é fundamental ao lado de atletas também com talento como De Bruyne e Lukaku.

O Uruguai, com os ótimos Cavani e Suárez, mas com uma defesa muito bem armada, Suécia, Suíça, Inglaterra e Dinamarca em sua aplicação tática, a Colômbia e a Croácia, recheadas de jogadores técnicos e com um esquema que os faz jogar coletivamente, completam as seleções que podem chegar muito mais por serem uma equipe, do que por ter um craque.

Os jogos deste sábado (França x Argentina e Portugal x Uruguai) vão mostrar se, na Rússia, vai prevalecer o craque ou o time.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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