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Marcel Rizzo

Contestado pelo Palmeiras, chefe do VAR diz não ter erro em lance de Fábio

Marcel Rizzo

13/09/2018 10h10

O coordenador de árbitro assistente de vídeo (VAR, na sigla em inglês) e chefe do departamento de arbitragem da CBF, Sérgio Corrêa, disse que não houve erro de procedimento do árbitro Wagner Reway no polêmico lance de falta sobre o goleiro do Cruzeiro Fábio, no fim da partida em que os mineiros bateram o Palmeiras por 1 a 0, na noite desta quarta (12), na primeira partida de uma das semifinais da Copa do Brasil.

Segundo ele, Reway marcou a falta em Fábio antes de o jogador palmeirense concluir a gol, e foi um lance interpretativo, que não cabe o uso do VAR. "O árbitro principal marcou [a falta] no momento da jogada, antes de a bola entrar. Não há qualquer erro do árbitro de vídeo porque, neste caso, não cabe o VAR. Independentemente disso, há divisão de opiniões sobre o lance, de caráter interpretativo", disse Corrêa.

Após a partida, o diretor de futebol palmeirense, Alexandre Mattos, criticou o fato de Reway não deixar o lance seguir para poder consultar o VAR depois, se houve ou não falta, e disse que Corrêa, que era o supervisor do uso da tecnologia na partida realizada no Allianz Parque, foi até o vestiário do clube antes do confronto explicar que, em casos de lances polêmicos, a orientação para a arbitragem era deixar a jogada seguir até o fim para, depois, consultar o árbitro de vídeo (VAR).

Segundo Corrêa, essa orientação é para casos específicos de possível impedimento, em que, por exemplo, o auxiliar de campo levanta a bandeira mas o árbitro não apitar e deixa a jogada prosseguir. Nesses casos a orientação é que os atletas finalizem o ato. Mas não cabe, segundo ele, para lances interpretativos como o da falta marcada em Fábio, em que o juiz apita e encerra a jogada.

"Eu disse [aos elencos de Palmeiras e Cruzeiro] que, nos casos de impedimentos, os jogadores devem seguir na jogada até ouvir o apito do árbitro, pois se estiver impedido se tem a possibilidade de acerto ou da confirmação do fora de jogo. Em lances de impedimento o assistente adia a bandeira. Se sai o gol, o "check" ocorrerá. Se não houver impedimento, gol confirmado. Se houver impedimento, anula. Portanto, os jogadores não devem parar se o assistente levantar, mas apenas quando o árbitro apitar. Isto é a regra do jogo. No caso em questão [da falta em Fábio], repito, o árbitro marcou a falta no momento do fato", disse Corrêa.

Segundo ele, se Reway não tivesse marcado a falta imediatamente, e o gol saísse, ele poderia ir até a beirada do campo checar para ver se houve a infração, ou não, e rever a jogada. Mas como marcou a falta e parou instantaneamente, é como se o restante não existisse, então não é possível o "check", para usar o jargão adotado pelos árbitros no caso do VAR para as revisões.

"Ele entendeu como falta e apitou no toque de um jogador do verde no de amarelo [cor da camisa de goleiro de Fábio]. Apitou a falta, tema encerrado. Em resumo, o nosso projeto não é para a interpretação, do contrário todos os lances teriam que ser revisados. Imagina o tempo [perdido]? No primeiro tempo me parece que foram apenas oito faltas, uma semifinal desse porte sendo jogada com futebol", disse Corrêa. O Palmeiras deve oficializar uma reclamação na CBF e pedir punição a Reway.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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