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Marcel Rizzo

Palmeiras e São Paulo devem ceder mais do que estádios à Copa América-2019

Marcel Rizzo

19/09/2018 15h25

As reuniões na sede da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), em Assunção, na segunda (17) e terça (18) que tiveram a Copa América-2019 como tema central não apenas definiram os seis estádios que terão os jogos, como praticamente acabaram com a esperança de cidades que não serão sedes de ao menos receberem algumas seleções para treinamentos durante o torneio.

São Paulo (com duas arenas), Rio, Belo Horizonte, Porto Alegre e Salvador foram confirmadas e a tendência é que seja também nessas capitais que os 12 participantes treinarão, antes e durante a competição. Em São Paulo, por exemplo, os vizinhos centros de treinamento de Palmeiras e São Paulo serão disponibilizados para as seleções quando estas estiverem na capital paulista — o Morumbi, do São Paulo, e o Allianz Parque, do Palmeiras (que é administrado pela empresa WTorre) serão os estádios paulistas na Copa América.

Cidades como Fortaleza, Manaus e Recife pleitearam ser sede, mas a CBF, que organiza a competição em conjunto com a Conmebol, decidiu centralizar as partidas no Sul e Sudeste, com a exceção de Salvador. O motivo foi facilitar o deslocamento das seleções, com voos mais curtos — entre Porto Alegre e Salvador, sedes mais distantes na tabela, o voo não ultrapassa as três horas. "Preservamos a recuperação física dos atletas e qualidade do espetáculo com a premissa de que não teremos viagens de mais de três horas entre as sedes", disse Rogério Caboclo, presidente eleito da CBF (assume em abril de 2019) e responsável pelo comitê organizador da Copa América.

Fora do radar das partidas, as capitais de Ceará e Pernambuco consultaram a cúpula das confederações brasileira e sul-americana sobre a possibilidade de serem sub-sedes, ou seja, receberem as seleções para treinamento. Durante a competição isso já está descartado: nenhum participante deve montar base fixa, nem mesmo a seleção brasileira, que tem seu CT em Teresópolis, região serrana do Rio (usaria essa estrutura apenas na preparação). Cada time deve treinar na cidade de sua partida seguinte, em CTs ou estádios cedidos pela organização.

Há ainda, porém, uma última esperança para alguma cidade que não foi escolhida para receber jogos que é ser palco de algum dos amistosos pré-competição, que ocorrerão no país certamente. Mesmo assim, a distância pode ser um problema se as seleções preferirem realizar essas partidas mais próximas de onde jogarão alguns dias depois já pelos três pontos na fase de grupos da Copa América.

De acordo com Mauro Corrêa, especialista em gestão e marketing esportivo pela CSM Golden Goal, o fato de os jogos estarem concentrados na região Sul e Sudeste pode representar mais benefícios para a competição.
"Diminui custos de operação e gera deslocamentos mais fáceis, inclusive para quem vem de fora do país. No cenário econômico adverso atual, isso é relevante", disse.

Final ainda preocupa

A Conmebol anunciou que o Morumbi será o estádio da abertura, como revelado pela coluna De Primeira, do UOL Esporte, e que o Maracanã será o da final. Mas como o blog publicou no sábado (15), a direção da Conmebol ainda está preocupada em como ficará a administração da arena carioca com o cancelamento de sua concessão em decisão judicial.

Nas reuniões o assunto foi abordado, e os representantes da CBF deram garantias de que o Estado se compromete com gastos necessários para a realização de partidas no Maracanã durante o torneio, que será realizado de 14 de junho a 7 de julho, independentemente de quem administrar o equipamento. Mesmo assim, a Conmebol ainda está com um pé atrás principalmente porque não se sabe quem será o governador do Rio em 2019, já que haverá eleição em outubro.

Confirmado como um dos estádios da semifinal (o outro é a Arena do Grêmio, em Porto Alegre), o Mineirão, de Belo Horizonte, é a opção para uma substituição para a final, que é o que causa mais preocupação à Conmebol já que é um jogo que precisa de uma estrutura mais bem preparada e que, com isso, exige maiores garantias de investimento.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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