Desembargador indicado por CBF à Conmebol terá que se explicar a corregedor
O Corregedor Nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, solicitou nesta segunda (15) que o desembargador Marcelo Buhatem apresente informações sobre o cargo que assumiu como membro do Comitê de Ética da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), informação revelada pelo blog.
A Corregedoria Nacional de Justiça, órgão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), analisa se Buhatem estaria descumprindo a Constituição, que veda magistrados de exercerem outros cargos ou funções que não estejam ligados à magistratura. O nome do desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro já aparece, inclusive, no site oficial da Conmebol como um dos cinco membros do comitê, que tem a função de analisar casos em que principalmente cartolas possam descumprir regras da confederação — casos de corrupção, por exemplo.
Ele ocupa o lugar de Carlos Eugênio Lopes, diretor jurídico da CBF que desde 2016 fazia parte do Comitê de Ética. O novo regulamento da entidade proíbe que membros do comitê tenham ligação direta com qualquer clube ou associação, portanto Carlô, como é conhecido, precisou deixar o cargo.
A presença de Lopes, um dos mais antigos diretores da CBF, poderia gerar uma situação conflituosa em que ele, como membro do comitê, teria que investigar seu chefe caso o presidente da confederação brasileira viesse a ser acusado de algo, por exemplo. A CBF confirmou que sugeriu Marcelo Buhatem à Conmebol, mas a decisão ficou a cargo dos órgãos de controle da entidade sul-americana, que poderiam rejeitar o nome — não foi, portanto, uma indicação direta.
Ele foi aceito e já faz parte do grupo junto com a argentina Natalia Simeone (advogada que é irmã e empresária do técnico Diego Simeone), o paraguaio Rudolf Fischer Schenk, o venezuelano Carlos Terán e o peruano Natale Aprimo.
Em nota, por meio da assessoria do TJ do RJ, Marcelo Buhatem disse que ainda não foi comunicado da decisão da corregedoria e que dará todos os esclarecimentos se solicitado. Disse que teve seu nome aprovado pela Conmebol, mas ainda não tomou posse e que avisou que abre mão de qualquer remuneracão.
Ele informou também que caso a corregedoria entenda que há incompatibilidade avisará a Conmebol que não poderá exercer o cargo no comitê.
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