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Marcel Rizzo

Copa das Confederações resiste e campeão da Copa América 2019 terá vaga

Marcel Rizzo

02/02/2019 04h00

Alemanha foi campeã da última edição, em 2017, na Rússia (Crédito: Grigory Dukor/Reuters)

A Fifa orientou suas confederações filiadas a colocarem nos regulamentos de seus torneios regionais de seleções que o campeão de cada um deles se classificará para a Copa das Confederações em 2021. Nem mesmo a cúpula da entidade mundial acredita mais que conseguirá acabar com a competição, como era o desejo do presidente Gianni Infantino, que reúne os países campeões continentais, atrai pouco interesse e financeiramente não é vantajosa.

A Copa da Ásia, que terminou nesta sexta (1) com a vitória do Qatar sobre o Japão, 3 a 1, colocou em seu regulamento que o campeão jogaria a Copa das Confederações de 2021 e qualquer outro torneio a que fosse convidado para representar o continente. Curiosamente, a vaga qatariana deve ser exercida pelo título, e não por ser o país-sede da Copa das Confederações, que diferentemente de anos anteriores não vai ocorrer no palco da Copa do Mundo seguinte, no caso o Qatar (que terá o Mundial em 2022). A Fifa se refere à sede do torneio, em todo comunicado que envia às federações, como "na Ásia", sem especificar país. A China é a favorita a receber a edição, se confirmada.

A Conmebol colocará em seu regulamento que o campeão da Copa América de 2019, no Brasil, será o representante da América do Sul na Copa das Confederações de 2021. No ano que vem ocorrerá uma outra edição da Copa América, ainda sem sede definida, que ajustará o torneio a um calendário idêntico ao da Eurocopa, de quatro em quatro anos. Mas será uma edição extra, provavelmente com participação de vários times da Concacaf, portanto não poderá classificar para a Copa das Confederações.

Desinteressante

A Fifa nunca decretou oficialmente o fim da Copa das Confederações, mas nos bastidores trabalhava para que esse torneio de seleções fosse trocado por um de clubes, inicialmente com a mesma periodicidade: a cada quatro anos, nos ímpares que antecedem às Copas. O problema é que os times europeus não estão dando bola para esse novo Mundial e toda vez que que Gianni Infantino tenta colocar em pauta nas reuniões do Conselho ele não obtém êxito.

Em março, na próxima reunião do Conselho da entidade, em Miami (EUA), o assunto deve vir novamente à tona. A oferta de mais de R$ 80 bilhões de investidores privados (japoneses incluídos) para a realização do novo Mundial de Clubes, e de uma nova competição de seleções, batizada de Liga das Nações, será debatida, mas dificilmente aprovada que se realize a curto prazo. Por isso é mais provável que a Copa das Confederações aconteça mais uma vez.

No meio do ano outros dois continentes, além da América do Sul, realizarão seus torneios de seleções, com a inclusão nos regulamentos de que o campeão jogará na Ásia a Copa das Confederações daqui dois anos: África e Américas do Norte, Central e Caribe. Esta última tem um detalhe: o vencedor desse ano disputará, em jogo único, com os EUA, vencedor de 2017, a vaga. Se os norte-americanos ganharem novamente, se classificam sem a necessidade da partida.

Pela primeira vez desde 2003 (na França), o torneio não será no país que receberá a Copa do Mundo seguinte. Isso já está definido há algum tempo, já que será no meio do ano e o calor na terra da Copa do Mundo de 2022 impede que seja disputado nesse período (tanto que o Mundial ocorrerá pela primeira vez na história entre novembro e dezembro, quando a temperatura é menor). Ficou decidido em 2013, ao fim da Copa das Confederação do Brasil, que a edição de 2021 seria mantida na Ásia, mas nunca se definiu uma sede. Agora a China, país que é o principal parceiro comercial da Fifa na atualidade, levantou o braço e quer receber a competição.

A Copa das Confederações foi criada pela Fifa em 1997, tomando para si o torneio organizado por duas vezes (1992 e 1995) pela Arábia Saudita reunindo os campeões de cada uma das seis confederações filiadas, mais o país-sede e o último campeão da Copa do Mundo (formato que seria mantido para 2021).

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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