Por que Brasileirão 2019 pode ter horários e datas diferentes do habitual

O congresso técnico da Série A do Campeonato Brasileiro 2019 foi marcado para 22 de fevereiro, sexta-feira da próxima semana, quando a tabela básica da competição será anunciada (e se o VAR, o árbitro de vídeo, será ou não usado). As rodadas ainda sem o desmembramento das datas deve deixar em aberto um dos pontos negociados nos últimos meses entre CBF, Grupo Globo e Turner: horários e os dias da semana que receberão as partidas.

A segunda-feira, novidade recente para transmissão de partidas pelo SporTV, em TV fechada, será mantida e provavelmente para a Globo, que emenda o jogo no programa de Galvão Bueno. Resta saber se a Turner poderá ter também um dia especial, ou ao menos um horário às quartas, quintas ou finais de semana, o que valorizaria, por exemplo, seus patrocinadores sem a concorrência  de outros confrontos simultaneamente (mesmo levando em conta que a Globo também possa passar a maioria desses jogos em TV aberta ou pay-per-view).

Há certa dificuldade da elaboração das rodadas por alguns motivos, como o fato de uma nova empresa, a Turner, dividir o direito em TV fechada com o Grupo Globo e porque até agora Palmeiras e Athletico-PR não fecharam com Globo para TV aberta e pay-per-view, o que faz com que 54 partidas estejam, no momento, sem transmissão em qualquer plataforma. Além disso, há a questão de quando e que horas elas ocorrerão.

A maioria dos jogos da Turner será dividida com a Globo, em plataformas diferentes, claro. Por exemplo: o confronto Santos x Internacional poderá aparecer na Globo em TV aberta e no pay-per-view e passará, com certeza, na Turner em TV fechada. O horário e dia desse duelo, portanto, deverá servir às duas emissoras, por isso as negociações são complexas. Se Palmeiras e Athletico não fecharem com a Globo, a Turner teria os dois confrontos entre esses times com exclusividade, um no primeiro e outro no segundo turno. Poderia ocorrer, por exemplo, em um dia ou horário alternativos, que deixasse sem concorrência de outros confrontos.

Mas mesmo partidas que dividirá com a concorrência interessa à empresa que, algumas, ocorram em horário sem outras concorrendo. Se levantou, por exemplo, a possibilidade de jogos até em dias que não faziam parte do calendário da Série A até 2018, como terças e sextas. O problema é que, aí, coincidiria com a Série B, que tem transmissão pelo Grupo Globo. O horário das 11h também é interessante tanto a Turner como à Globo. As partidas de meio de semana não começarão depois das 21h30, para qualquer emissora — e foi uma das promessas da Turner quando fechou contrato com 16 equipes, em 2015.

Como tirou o canal Esporte Interativo do ar no fim de 2018, a Turner transmitirá prioritariamente seus confrontos no canal TNT, que tem filmes e séries como carro-chefe, e pela internet, por meio do EI Plus. Caso ocorram jogos no mesmo dia e horário, o Space poderá ser usado. A CBF, porém, vai tentar evitar que as 42 partidas que a Turner poderá passar ocorram simultaneamente – a exceção, claro, será na última rodada, quando obrigatoriamente ocorrem no mesmo horário já que podem definir título, rebaixamento, etc.

Em TV fechada, a Globo tem 13 times sob contrato para o Brasileiro de 2019: Corinthians, São Paulo, Flamengo, Vasco, Botafogo, Fluminense, Grêmio, Atlético-MG, Cruzeiro, Chapecoense, CSA, Goiás e Avaí. A Turner tem os sete restantes: Palmeiras, Inter, Athletico, Santos, Ceará, Fortaleza e Bahia. Em aberta e PPV, somente Palmeiras e Athletico não fecharam com a Globo. Pela legislação, uma partida só pode ter transmissão, em qualquer plataforma, se as duas equipes tiverem contrato com a mesma empresa. Portanto a Turner só pode passar as partidas em que dois times com quem fechou se enfrentem, o mesmo com a Globo.

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