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Marcel Rizzo

Cuca era o cara do São Paulo desde 2018 e nem fantasma de Osorio mudou rumo

Marcel Rizzo

15/02/2019 10h40

Cuca vai poder trabalhar em campo no São Paulo daqui a dois meses (Crédito: Marcello Zambrana/Agif)

O São Paulo pensava em Cuca desde 2018. Antes mesmo de o treinador anunciar que deixaria o Santos para cuidar da saúde, dia 23 de novembro, o presidente são-paulino Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, ligou para confortá-lo ao saber que talvez precisasse de uma cirurgia. Já com Diego Aguirre demitido, e ainda sem confirmar André Jardine, o que ocorreria dias depois, Leco aproveitou para mostrar ao técnico que gostaria de tê-lo de volta ao Morumbi um dia, o que se mostrou mais próximo do que se imaginava.

A sondagem, se é que pode a chamar assim, foi bem recebida pelas duas partes, e o São Paulo já desenhava uma opção a Jardine caso a aposta não desse certo. Uma das críticas que a diretoria são-paulina recebe é, além de ter demitido Aguirre no momento que o fez, é a de não ter esperado o fim do ano para efetivar Jardine. Perdeu meses em que poderia ter sondado o mercado, que é escasso atualmente. Havia nomes na época à disposição, como Abel Braga, que acertaria algumas semanas depois com o Flamengo, e treinadores que, se naquele momento não pareciam viáveis, se tornaram depois, como Fábio Carille, que deixou a Arábia para voltar ao Corinthians, e Jorge Sampaoli, que assinou com o Santos. Por que a pressa em anunciar Jardine?

Porque Cuca era o preferido, desde sempre. Uma espécie de porto seguro caso Jardine não desse certo. O problema é que como com saúde não se brinca, a era Jardine acabou sendo mais curta do que se imaginava, e Cuca não pode assumir imediatamente, só em abril — médicos pediram mais tempo para se recuperar do tratamento no coração. Sem clima para manter Jardine, mas com Cuca topando ser o novo técnico, a opção foi aí sim improvisar com o coordenador Vagner Mancini, que ocupava cargo diretivo mas voltará por alguns meses ao banco de reservas.

O namoro com Cuca, o oficial, começou antes mesmo da eliminação para o Talleres ser concretizada. Mesmo se o clube conseguisse a virada, o ambiente de Jardine já estava comprometido e a diretoria temia que, ao esticar a corda com ele, poderia perder de vez um profissional qualificado, principalmente no trabalho de base. Nesse meio tempo, porém, uma surpresa: Juan Carlos Osorio, técnico colombiano com passagem pelo clube em 2015, se desligou da seleção do Paraguai, alegando questões familiares.

Osorio deixou o Morumbi, pouco menos de quatro anos atrás, em colisão com a diretoria, mas a antiga, de Carlos Miguel Aidar. E maior parte da torcida e elenco o adoravam. Imediatamente, claro, intermediários passaram a conversar com dirigentes são-paulinos sobre Osorio, algo comum no futebol. O empresário tem boa entrada no clube e tenta fazer a ponte para ser comissionado.  A questão é que, mesmo antes de quarta (13), Cuca já era o cara, mesmo com o tempo que ainda necessita de repouso para voltar a estar à beira do gramado. O São Paulo acredita ter feito a escolha certa.

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Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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