Principais estádios não poderão ser usados se Brasil receber Mundial Sub-17
Os principais estádios do Brasil não deverão ser usados no Mundial Sub-17 de seleções se confirmado que o país será sede do evento, no fim de 2019, no lugar do Peru. O vizinho sul-americano não cumpriu exigências da Fifa e, na sexta (22), anunciou que não organizará mais o torneio a menos de oito meses do início. O "Globoesporte.com" revelou que o Brasil é a principal opção, informação confirmada pelo blog.
A Fifa exige que os equipamentos usados em seus torneios fiquem à sua disposição, não podendo ocorrer jogos no mesmo período. No Mundial Sub-17 não é diferente. Pelo regulamento, as arenas que terão as partidas da competição precisam ser liberadas para a Fifa até dez dias antes do início da competição (e devolvidas um dia depois do fim da participação da sede em questão). Mesmo se o torneio ocorrer em novembro, um mês depois da data original para o Brasil ter um pouco mais de tempo de organização, os principais torneios do país e da América do Sul estarão em andamento usando, claro, os melhores estádios.
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Ninguém imagina, por exemplo, os clubes do Rio abrindo mão do Maracanã, os paulistas e gaúchos de seus estádios, Cruzeiro do Mineirão e o Atlético-MG do Independência, para citar os clubes de maiores torcida e orçamento. Há conversas preliminares a respeito, apurou o blog, e algumas situações podem ocorrer:
1- A Fifa não pode abrir mão da exclusividade dos estádios por causa de seus patrocinadores. Os equipamentos são "envelopados" com os parceiros da entidade, e qualquer menção a outra marca, no período, fere contratos assinados. Durante o Brasileiro e torneios da América do Sul, patrocinadores da CBF, emissoras de TV e clubes aparecem nos estádios, o que confrontaria o evento Fifa. A entidade mundial poderia tentar uma exceção, caso queira e devido à excepcionalidade do caso, nas semifinais e final, por um estádio maior, como o Maracanã. Isso, porém, é bem improvável que ocorra.
2- Se confirmada como sede, a CBF vai pedir às federações e governos estaduais e municipais sugestões de estádios que possam receber a competição. Com 24 participantes são necessárias, segundo a Fifa, de seis a oito arenas, que podem estar localizadas em uma mesma cidade. A capacidade pode ser pequena, de 15 mil espectadores, por exemplo, mas precisa ter estrutura de bom a ótimo para vestiários, gramado, acesso e espaço para imprensa. Fortaleza, por exemplo, se movimenta para indicar o Presidente Vargas, reformado recentemente pela prefeitura e com capacidade para 20 mil pessoas. É um perfil que agrada a Fifa para o torneio sub-17.
3- Após o susto de que pode organizar a competição, cartolas brasileiros elegeram um estádio como aquele que poderia ser o principal do torneio, pela capacidade e localização: o Pacaembu, em São Paulo. Ele não é a opção principal de nenhum dos clubes paulistas que jogam a Série A, recebe 40 mil pessoas e tem estrutura que precisaria de pequenos reparos para as partidas Sub-17. O problema é o processo conturbado de concessão pelo qual passa: não se sabe qual seria sua situação em novembro de 2019, e é preciso uma confirmação rápida das sedes.
4 – Uma opção que, em um primeiro momento, não agrada muito a Fifa seria usar os estádios da Copa-2014 que estão mais ociosos, os chamados "elefantes brancos". São os casos do Mané Garrincha, em Brasília, da Arena da Amazônia, em Manaus, da Arena Pantanal, em Cuiabá, e Arena das Dunas, em Natal. A Fifa, porém, acha que pode realizar a competição em arenas menores e sem precisar entrar numa discussão que seria levantada certamente sobre o custo desses estádios que não têm recebido grandes públicos ou jogos importantes desde o fim do Mundial, quase cinco anos atrás.
A CBF ainda não se pronuncia oficialmente sobre receber o Mundial. O evento ocorreria de 5 a 27 de outubro no Peru, que teria o Sub-17 da Fifa pela segunda vez na história, a primeira foi em 2005, com a seleção brasileira vice-campeã (perdeu do México por 3 a 0 na decisão). Pesou contra os peruanos questões de liberação de impostos que a Fifa exige e também obras que não ficariam a contento. O Brasil, se confirmado, seria sede pela primeira vez da competição que ganhou três vezes (a última em 2003) e que é disputada desde 1985.
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