Tite usa (sua) razão para trocar Neymar por Willian. Mas povão quer emoção

Willian foi convocado para o lugar de Neymar e jogará a Copa América(Crédito: Emmanuel Dunand/AFP)

Você gostaria de Willian no seu time? Nove em dez torcedores responderiam sim (e o décimo falaria não por birra). Você gostaria de Willian na seleção? Nove em dez pessoas responderiam não. Por quê? Porque a opção de Tite para substituir Neymar, cortado da Copa América por lesão, foi feita principalmente com razão, particular do técnico, claro. E o povão quer emoção, que é o que falta a essa seleção.

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Vinicius Jr. seria emoção, garoto de 18 anos com futuro pela frente, titular do Real Madrid na última temporada depois de sair do clube mais popular do Brasil, o Flamengo. Lucas Moura seria emoção, mais experiente com 26 anos, que teve uma temporada vibrante no Tottenham e chegou à final da Liga dos Campeões. Dudu seria emoção, uma novidade que poderia até dividir o público brasileiro por questões de clubismo (joga no Palmeiras), mas seria uma atração para um Brasil em uma Copa América que sem Neymar perde a graça.

Willian é a solução prática. Taticamente é o que Tite acha o ideal, e ele precisa ganhar essa Copa América. Não que será demitido se perder, mas seu trabalho, empolgante no início e agora começando a ser questionado, precisa de uma taça para recuperar a confiança, não só do torcedor. Elencos de futebol começam a ficar com a pulga atrás da orelha quando as taças não chegam. E Tite precisa de seu elenco.

O risco é que a torcida não compre a razão. Em Brasília, ainda com Neymar integrado, a recepção foi calorosa e um estádio que não estava cheio curtiu a seleção, mesmo com ao camisa 10 já fora machucado. Tem que ver se outros estados terão a mesma paciência.