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Marcel Rizzo

"VAR só deve se envolver quando erro foi óbvio", diz protocolo atualizado

Marcel Rizzo

06/08/2019 04h00

O texto mais recente do protocolo do VAR produzido pela CBF, de junho, acrescenta a palavra "óbvio" ao termo "erro claro" para orientar os árbitros de vídeo sobre quando têm que chamar o juiz de campo em lances interpretativos. A nova frase, portanto, se tornou "erro claro e óbvio" e ressalta "que o VAR não deve se envolver em (ou tentar 'encontrar') pequenas infrações técnicas (por exemplo: segurar/empurrar)".

Uma das principais críticas ao VAR tem sido chamadas para lances com análise subjetiva. Uma dividida dentro da área, por exemplo, que no campo o árbitro principal não marca infração acaba sendo acionada pelos auxiliares de vídeo para que seja revisada no monitor da beira do gramado. Muitas vezes a falta não fica clara mesmo revendo a imagem várias vezes, e o árbitro central, em diversas situações, opta por alterar a decisão.

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Diz ainda o texto do protocolo 8.0 do VAR (sim, já são oito versões): "De forma geral, e parecida com a filosofia de 'incidente sério perdido', o VAR somente deve se envolver quando um incidente/erro do árbitro foi óbvio o suficiente para ter causado um comentário/reação/discussão notável e praticamente imediato".

Preocupa a CBF, apurou o blog, chamadas excessivas do VAR em lances de certa forma banais, as chamadas pequenas infrações técnicas. Semanalmente a comissão de arbitragem prepara vídeos para os árbitros com análises do uso do VAR e enfatiza que a chamada só deve ocorrer com "erro claro e óbvio". O óbvio foi incorporado para mostrar que lances interpretativos ainda podem ser resolvidos dentro de campo.

No sábado (3), o Ceará venceu o Fortaleza por 2 a 1, no clássico cearense da Arena Castelão. O gol do time comandado por Rogério Ceni saiu de um pênalti que teve interferência do VAR, já que inicialmente o árbitro Heber Roberto Lopes assinalou a infração fora da área. A dividida, que não foi clara e nem óbvia, acabou não entrando na análise do árbitro de vídeo, como manda o protocolo — houve uma falha dos que controlam a tecnologia não terem notado que no início da jogada que resulta no penal houve um toque no braço de um atleta do Fortaleza.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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