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Marcel Rizzo

Brasil x Argentina na final aumenta previsão de lucro com a Libertadores

Marcel Rizzo

30/08/2019 04h00

Há euforia na direção da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) com a final única da Libertadores entre Brasil x Argentina. Uma projeção inicial da entidade previa que a partida em Santiago (Chile), que estreará a fórmula de decidir a principal competição do continente com uma semana festiva em sede pré-definida, geraria um lucro em 2019 até 30% superior ao obtido com a Libertadores em 2018. Agora a perspectiva é que possa superar os 50%.

De um lado da chave os brasileiros Flamengo e Grêmio decidirão uma vaga na finalíssima, e do outro River Plate e Boca Juniors, os times mais populares da Argentina e que no ano passado, ainda no formato de duas partidas, uma na casa de cada participante, estiveram na final. O confronto decisivo, por segurança, acabou ocorrendo em Madri, no que acabou se tornando uma prévia da final única já que foi organizado 100% pela Conmebol (em jogos ida e volta a responsabilidade de diversos pontos, como segurança e venda de ingressos, cabe aos clubes). O jogo em si rendeu apenas US$ 880 mil (R$ 3,6 milhões) de lucro, mas a Conmebol não compara com a operação que fará em 2019, já o jogo de 2018 foi organizado às pressas.

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Em 2018 a Conmebol recebeu com a Libertadores, principalmente por contratos comerciais, US$ 159,2 milhões (R$ 660 milhões em cotação atual) e gastou US$ 116,3 milhões (R$ 483 milhões) na organização, um lucro portanto de 42,9 milhões (R$ 177 milhões). A previsão menos otimista para 2019 era um aumento de 30% nesse lucro, ou seja, cerca de US$ 16 milhões (66,5 milhões). Mas agora, com a projeção de uma final única concorrida, esse crescimento pode passar dos US$ 20 milhões (R$ 83 milhões).

Há duas frentes para o otimismo: venda de ingressos e pacotes de hospitalidade e acordos com patrocinadores. Com relação às entradas, uma final entre times brasileiro e argentino gera interesse também de torcedores de outros países e, principalmente, dos locais. A carga de ingressos reservará ao menos 4 mil bilhetes para pessoas que vivem no Chile, mas esse número pode aumentar. Torcedores de qualquer país também podem comprar ingressos, que somente após 25 de outubro serão reservados pelo menos 20 mil assentos, com possibilidade de mais, para serem divididos entre os clubes finalistas. A galinha de ovos de ouro da Conmebol, porém, deve ser a área VIP.

Foi aberta licitação para contratar a empresa que cuidará dos setores de hospitalidade e uma decisão Brasil x Argentina deve fazer com que os preços desses setores, a maioria reservada para patrocinadores, mas também para empresas que queiram estar somente na final, fiquem mais altos do que se a decisão envolvesse clubes de países com menor tradição. Ainda não há os valores que serão cobrados por essas áreas no Estádio Nacional de Santiago.

Os patrocinadores da entidade, hoje em nove, aumentou em agosto com o contrato fechado com o site de apostas Betfair. Como tem sido praxe nos acordos recentes da Conmebol, a duração é até 2022, ano em que a entidade tem avisado seus parceiros que a final única está garantida — a confederação não esconde que essas primeiras edições serão usadas como teste. Se não houver lucro significativo pode acabar, mas só após quatro edições realizadas.

O contrato com a Betfair, apurou o blog, já teve acréscimos no valor devido à semana do futebol sul-americano, como a Conmebol tem chamado os dias que antecederão a final em Santiago, em 23 de novembro. Os parceiros terão a chance de expor suas marcas na Fan Fest que será realizada na capital chilena, além dos treinamentos e coletivas dos finalistas, que chegarão à cidade no início da semana, em pontos de ônibus, no metrô, entre outros pontos chaves. Em fevereiro, a Mastercard renovou seu contrato com a Conmebol, até 2022 claro, também com bônus extras por causa da semana decisiva.

Ter times tradicionais nessa semana decisiva valorizará o evento, na avaliação da Conmebol, e pode fazer com que novas empresas fechem contratos nos próximos anos, que devem ser assinados por valores maiores. A ver se todo esse otimismo vai se concretizar nas próximas temporadas.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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