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Marcel Rizzo

São Paulo estima que 30% de seus associados não torcem para o clube

Marcel Rizzo

07/11/2016 05h01

A separação do social e do futebol no São Paulo, projeto que será estudado nos próximos meses e pode ser incluído no novo estatuto, tem como principal objetivo evitar que associados que não sejam são-paulinos possam escolher o presidente.

Levantamento extraoficial aponta que 30% dos 6 mil associados (1,8 mil) não torcem para o São Paulo. São moradores próximos à sede no Morumbi, na zona oeste da capital paulista, que utilizam piscinas, quadras e outras dependências pela facilidade de um lugar próximo de casa.

Nos rivais ocorre o mesmo, com associados torcedores de outros times frequentando sua sede e, no caso de Corinthians e Palmeiras, elegendo o presidente. Nesses clubes houve a discussão sobre o tema separação social/futebol quando o estatuto foi alterado, mas se optou por manter voto a todos, até pela dificuldade em identificar quem é ou não torcedor.

No São Paulo, será incluído no estatuto novo que todo associado, antigo ou novo, informe qual o time de futebol de preferência. Será opcional, mas, na visão da diretoria, uma maneira de monitorar o humor desse sócio, e como ele pode influenciar no destino do clube.

A questão é uma das mais controversas do texto do novo estatuto, ainda em análise. E fez a possibilidade de o associado votar diretamente para presidente ficar em banho-maria. Há quem aposte que se o projeto da separação do clube social e futebol não vingar, que o voto indireto, quando o Conselho Deliberativo elege o presidente, será mantido.

Haverá dois estudos, com duração de um ano cada. Um para a separação, que consistiria, basicamente, em uma diretoria eleita para cuidar do clube social e outra para o departamento de futebol, com, inclusive, orçamentos distintos.

Esse primeiro estudo será feito por empresa especializada, e será criada comissão de terceiros especialistas na área.

O segundo estudo será sobre a votação direta. Há no clube outra discussão de que o sócio-torcedor, aquele que paga basicamente para ver as partidas de futebol e hoje supera a marca de 110 mil associados, poderia votar na eleição.

Esse estudo será feito por representantes do clube, com participação de terceiros. O novo estatuto prevê a criação de um Conselho de Administração, formado pelo presidente e vice eleitos, por três indicados pelo presidente, outros três pelo Conselho Deliberativo e um pelo Conselho Consultivo. Esse grupo participará do estudo para adoção ou não do voto direto.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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