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Marcel Rizzo

Por economia, governo Temer enxuga integrantes de comissão de atletas

Marcel Rizzo

23/11/2016 05h00

A Comissão Nacional de Atletas (CNA) sofreu mudanças no governo Michel Temer.

No dia 11 de novembro, foi publicada no Diário Oficial da União portaria com as novas regras para a composição da CNA, assinada pelo ministro do Esporte, Leonardo Picciani.

A CNA, comissão de atletas com função de indicar ao governo propostas para o esporte e fiscalizar políticas públicas do setor, era formada por 35 membros em sua composição anterior. Agora, serão 21. O governo terá mais indicações do que outros órgãos.

Segundo Lars Grael, iatista que presidia a formação anterior da CNA, instalada em fevereiro de 2015, mas extinta pela nova portaria, a diminuição de integrantes foi aprovada pelos atletas.

"Para diminuir os custos. Na CNA antiga, tivemos apenas uma reunião presencial, a da posse. Todas as outras foram virtuais", disse ao blog Grael. O custo de viagens dos integrantes será bancado integralmente pelo Ministério do Esporte.

Partiu dos próprios atletas a ideia de reformular a comissão, e sugestões foram enviadas ao ministério após o impeachment de Dilma Rousseff e a posse de Temer, no fim de agosto.

Os membros, todos atletas ou representantes de modalidades desportivas ou paradesportivas, terão mandatos de dois anos, com apenas uma recondução, e sem direito a remuneração.

O Ministério do Esporte terá a regalia de indicar mais de um quarto da composição, com seis membros em sua cota. Se somar a indicação que tem direito a Apfut (Autoridade Pública de Governança de Futebol), serão sete membros sob a alçada do governo federal.

O COB (Comitê Olímpico do Brasil) terá quatro indicações e o CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro), quatro. Mais dois serão colocados pela Confederação Brasileira de Clubes (CBC), e também outros dois pela Oned. A Organização Nacional de Entidades do Desporto (Oned), criada em 2001 com apoio do governo federal, reúne entidades de esportes que não são olímpicos ou paraolímpicos.

Os dois últimos serão indicações de "organização sem fins lucrativos de atletas brasileiros". Inicialmente, se colocaria que a ONG Atletas pelo Brasil, que tem como Grael como integrante, faria essas duas indicações, mas o jurídico do governo entendeu que o melhor seria não nominar uma instituição específica. Mesmo assim, é praticamente certo que o Atletas pelo Brasil deve ter essas cadeiras.

História

A CNA foi criada, inicialmente, em 2000. Atuou por cinco anos, de maneira discreta, e depois desapareceu. Voltou em 2015, quando portaria definiu a a comissão com 35 membros, todos atletas, cada um representando uma modalidade.

"Era uma lista de convidados praticamente. Queremos uma comissão representativa no sistema nacional do esporte, por isso a importância de diversos setores indicarem atletas para compor o grupo", afirmou Grael.

Não há previsão de indicação dos membros.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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Notícias dos bastidores do esporte, mas também perfis, entrevistas e personagens com histórias a contar.