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Marcel Rizzo

Chapecoense deve aumentar 20% faturamento com sócio e ganhar R$ 8,5 milhões

Marcel Rizzo

03/12/2016 05h00

O faturamento da Chapecoense com o programa sócio-torcedor deve aumentar em 20% com a enxurrada de adesões que o clube tem recebido desde a tragédia que matou jogadores, membros da comissão técnica e diretores, terça, na Colômbia.

Em 18 de novembro, 11 dias antes do acidente aéreo ocorrido quando o time ia a Medellín jogar a final da Copa Sul-Americana, o clube informou ao Movimento por um Futebol Melhor ter 5.068 sócios-torcedores.

Não se sabe ainda exatamente quantas pessoas aderiram nos últimos dias, já que a atualização da Chapecoense é feita manualmente, diferentemente de outros clubes que enviam por sistema, praticamente em tempo real.

Em 2015, com número parecido de associados do que tinha até 18 de novembro (em maio de 2015 subtraiu sete mil associados, que estavam inadimplentes), a Chapecoense faturou com o programa R$ 7,192 milhões.

A previsão para 2016 já era ter ganho maior, mas com as adesões a expectativa é que pode chegar aos R$ 8,5 milhões. O número parece alto com relação ao número de associados, comparando com outros clubes. O Palmeiras, que tem mais de 120 mil sócios-torcedores, por exemplo, faturou R$ 32 milhões em 2015.

Acontece que na Chapecoense, como em outros clubes do Sul, há a figura do sócio-torcedor PJ (pessoa jurídica). Funciona mais ou menos assim: um empresário da cidade envia mensalmente dinheiro, via sua companhia, e ainda incentiva funcionários a se associarem ao clube.

"Os clubes do Sul olham para o programa sócio-torcedor com outros olhos. Eles têm menos associados, mas buscam ter um ganho maior com cada um deles", explicou Amir Somoggi, consultor em gestão esportiva.

Em 2014, com menos de 5 mil sócios, a Chapecoense faturou R$ 6,63 milhões com seu programa sócio-torcedor, um valor alto em um ano em que os clubes estavam se adequando ao sistema.

Com R$ 46,4 milhões total de receita em 2015, o programa sócio torcedor representou, então, 15% do faturamento. A tendência é que essa porcentagem já aumente em 2016, com todo o clamor pela tragédia, e se mantenha assim no início de 2017.

"Tem que saber como a Chapecoense vai conseguir reter esses sócios, que é o mais importante para conseguir aumentar o faturamento", disse Somoggi.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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