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Marcel Rizzo

Prefeitura do Rio deixa órgão antes de anúncio do custo final da Rio-2016

Marcel Rizzo

06/12/2016 15h47

A prefeitura do Rio deixou o consórcio que forma a Autoridade Pública Olímpica (APO).

O prefeito Eduardo Paes (PMDB) sancionou a lei nesta segunda (5), determinando a saída da Empresa Olímpica Municipal (EOM), órgão da prefeitura do Rio que fazia parte da APO ao lado do governo federal e do governo estadual do Rio. A EOM será extinta até o fim do mês.

No texto, a prefeitura informa que "a retirada do Município da APO não prejudicará as eventuais obrigações por ele assumidas, considerando-se, no entanto, encerradas as responsabilidades do Município para com a APO e os demais entes consorciados".

O blog apurou que a decisão causou mal-estar entre os entes e uma dor de cabeça para o prefeito eleito Marcelo Crivella (PRB), já que ainda não está finalizada a compilação de dados para que seja divulgado o custo final da Rio-2016 e o destino do legado. dos Jogos.

Crivella está em pé de guerra com Eduardo Paes por causa da licitação que entregará o Parque Olímpico da Barra à iniciativa privada. Ele não concordou em o governo atual licitar um projeto importante um mês antes de deixar o poder.

Inicialmente, a ideia era dar o valor final da Olimpíada em setembro, via matriz de responsabilidades, como afirmou pouco antes do início dos Jogos o presidente interino da APO, Marcelo Pedroso.

É improvável, porém, que esse custo seja divulgado ainda em 2016. Primeiro porque a APO está sem presidente indicado pelo novo governo, depois que o presidente Michel Temer desfez a indicação do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, que deixou o governo atirando contra ex-colegas ministros.

Segundo porque há lentidão na entrega dos dados – são os entes públicos que enviam à APO os dados para compilação.

Em 15 de agosto, na última versão divulgada da matriz de responsabilidades, o valor das arenas esportivas era de R$ 7,09 bilhões. O total das obras para a Rio-2016 deve ultrapassar os R$ 39 bilhões.

O que faz

A APO é consórcio público formado pelo governo federal, governo do estado do Rio e Prefeitura do Rio de Janeiro com objetivo de coordenar as ações governamentais para o planejamento e entrega das obras e serviços necessários à realização dos Jogos Olímpicos do Rio, realizados em agosto.

A autoridade ainda está ativa, independentemente do fim da Rio-2016, porque será a responsável por compilar o custo final da Rio-2016.

Há também a necessidade de coordenar o legado dos Jogos, e esta é uma das funções da APO. O órgão tem sua extinção legal prevista para dezembro de 2018, mas pode ser estendida por mais dois anos ou até ser extinta antes, como defendem alguns membros do governo atual.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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