Sumeet, o indiano que viaja o mundo para acompanhar a seleção brasileira
"Por algum momento pensei que não conseguiríamos a vaga para a Copa do Mundo da Rússia. Mas agora está bem, vamos conseguir", diz Sumeet Dhillon.
Se referir à seleção brasileira como "nosso time" é normal para qualquer brasileiro que goste de futebol, mas Sumeet, 49, nasceu na região de Punjab, na Índia, próximo à fronteira com o Paquistão. A paixão pela seleção, a ponto de se referir a ela como "seu time", surgiu quando mudou para o Brasil, a trabalho, e não é uma pequena paixão: Sumeet, que mora em Fortaleza (CE), acompanha a equipe hoje comandada por Tite por todo o mundo.
"Já tenho passagem comprada para Montevidéu, em março, para ver o jogo contra o Uruguai [pelas eliminatórias]. Estive na Copa América do Chile também, em 2015, mas só vi a primeira fase, porque não sabia como se desenrolaria a tabela depois. Nessa acho que fiz bem", diz Sumeet, lembrando que a seleção, na época comandada por Dunga, foi eliminada nas quartas de final para o Paraguai.
Ele esteve na estreia de Tite no Brasil, na vitória de 2 a 1 sobre a Colômbia, em setembro, em Manaus. Acha que o ex-técnico do Corinthians mexeu com a parte psicológica da equipe, por isso o salto para a liderança da eliminatória sul-americana. "E pretendo estar na Rússia em 2018", diz.
Sumeet, claro, viu in loco a vitória sobre a Venezuela, em outubro de 2015, no Castelão, em Fortaleza. Justamente o Castelão que o fez aprender a gostar de futebol. Como todo indiano, quando garoto acompanhava o críquete, o esporte tradicional de seu país que tem semelhança com o beisebol (usa-se tacos).
"Mas tem que ter paciência, porque os jogos de críquete muitas vezes duram dias. Quando cheguei ao Brasil, me apaixonei pelo futebol ao ver os torcedores no campo. Eles vibram muito, é uma grande paixão", afirma.
Brasileiro
Sumeet chegou ao Brasil em meio à Copa do Mundo de 2002, que a seleção ganharia na Coreia do Sul e no Japão. Engenheiro formado, ele trabalhava na multinacional Olam, grupo com capital indiano que atua com commodities. Sumeet veio ao Brasil, e mais especificamente ao Ceará, para tratar com castanha de caju.
"Depois vivi por algum tempo em São Paulo, mas não me agradou. Havia gostado muito de Fortaleza, e decidi que, me aposentando, viveria aqui", conta.
A aposentadoria veio antes dos 40 anos, justamente para poder realizar o sonho de morar no Brasil e viajar pelo mundo. Sumeet vendeu algumas ações que tinha da Olam, e pôde voltar ao país e ficar perto de sua outra paixão no futebol: o Ceará.
"Comecei a ir a jogos de futebol no Brasil acompanhando os filhos de uma professora de inglês. Gostei, e o que me fez optar pelo Ceará foi porque é um time mais do povo. O Fortaleza é de uma elite, mas o Ceará é o time do povo mesmo".
Como faz com a seleção, Sumeet sempre está em jogos do Ceará quando pode, mesmo aqueles que não são na capital. "Conhece o estádio em Horizonte [cidade a 40 km de Fortaleza]?. É uma beleza. Acho que o time do Ceará está bem estruturado atualmente, mesmo sem conseguir o acesso para a Série A", comenta.
Ele mora em Fortaleza, mas divide seu tempo com o empreendimento que abriu no Ceará após a aposentadoria. Sumeet é proprietário do Zorah Beach Hotel, na praia de Guajiru, a cerca de 150 km da capital. Com decoração que remete à Índia, em 2014 ganhou o prestigiado prêmio Guia Quatro Rodas de hotel do ano.
"Me surpreendeu porque o hotel era bem novo. Nosso público alvo são turistas do Sul, e na época de baixa temporada o pessoal de maior poder aquisitivo de Fortaleza", explica.
Para 2017, Sumeet tem em sua agenda o máximo de jogos do Ceará que puder assistir, e, por enquanto, a partida da seleção contra o Uruguai, em março. E neste domingo, já tem clássico no Castelão, entre Ceará x Fortaleza, pelo Campeonato Estadual. Um bom começo de ano.
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