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Marcel Rizzo

Fim da produtividade? O que os contratos de Borja e Pratto têm em comum

Marcel Rizzo

17/02/2017 04h00

Contratos de produtividade se tornaram moda no Brasil nos últimos anos, mas em 2017 duas das principais aquisições de clubes brasileiros firmaram acordos fixos, com salário e luvas (pago pela assinatura do contrato) sem variações por metas alcançadas.

Isso deve se tornar regra depois que clubes avaliaram como pouco vantajoso acordos em que o jogador turbina os vencimentos se atingir x número de jogos, títulos ou até convocações para as seleções de seus países.

Miguel Borja, no Palmeiras, receberá fixo US$ 85 mil no primeiro ano de contrato, algo em torno de R$ 262 mil mensais – valor que será reajustado anualmente. A quantia foi turbinada com o pagamento de luvas de cerca de R$ 1,2 milhão, mas não há metas individuais a serem alcançadas.

Mesma situação do acordo assinado por Lucas Pratto com o São Paulo. Ele terá um salário que, somado o vencimento e as luvas por ter aceitado o tricolor, bate os R$ 500 mil mensais. É o valor final acertado, e ponto final.

Encontro de executivos de futebol no fim de 2016 chegou à constatação de que contratos com metas individuais a alguns atletas faziam com que eles colocassem seus interesses pessoais à frente dos coletivos.

Por exemplo: jogador que ganhava bônus por gols marcados ou por artilharia. Se cada gol valeria a ele algo como R$ 20 mil a mais na conta, por que passaria a bola para um companheiro mais bem colocado?

Há também, na avaliação de executivos, problemas nas metas coletivas. Se há dinheiro extra a receber por títulos ou vagas a serem conquistadas em competições como a Libertadores, se o time chega em determinado ponto do campeonato que é muito difícil alcançar esse objetivo, o atleta desanima, e pode afetar o elenco.

Com Pratto, o São Paulo testa usar metas individuais e coletivas em uma situação nova. Se o jogador alcançar certos objetivos, o São Paulo vai comprando o restante de seus direitos econômicos. Hoje o clube paulista tem 50%, o Atlético-MG 45% e investidores, 5%.

Nessa situação, a produtividade servirá para o clube aumentar sua porcentagem sobre o atleta, que se está rendendo pode ter mercado de venda interessante.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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Notícias dos bastidores do esporte, mas também perfis, entrevistas e personagens com histórias a contar.