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Marcel Rizzo

Após Micale sair: a inspiração de Tite por novo comando da base da seleção

Marcel Rizzo

22/02/2017 04h00

Óscar Tábarez durante a Copa América de 2016 (Crédito: Andres Stapff/Reuters)

A mudança no departamento de base do futebol da seleção brasileira deixará Tite, ou pessoas próximas a ele, no comando das equipes e da estrutura de organização.

A ideia é que os times sub-20, sub-17 e sub-15 tenham um padrão de jogo parecido ao de Tite no time principal, além de métodos de trabalho semelhantes, para que jovens atletas tenham adaptação mais fácil na transição para a seleção adulta.

E a inspiração para Tite vem de um país vizinho: o Uruguai.

Desde 2006, ou seja, há mais de dez anos, Óscar Tábarez treina a seleção principal do Uruguai. Nesse período, assumiu também toda a chefia do departamento de seleções juniores e há um padrão semelhante na formação das equipes, mas não se limitando a esquemas táticos.

Há análise dos perfis de jogadores, por exemplo, escolhendo aqueles que se adaptam melhor a situações semelhantes na base e no profissional. E também padrão em métodos de trabalho, como duração de treinamentos, tempo de descanso, e ênfase na deficiência individual de cada atleta.

O Uruguai sib-20 venceu o sul-americano de 2017 – o Brasil ficou em quinto, e fora do Mundial da Coreia do Sul. O resultado foi o estopim para a demissão do chefe da base da CBF, Erasmo Damiani. Mas isso, na verdade, já era algo planejado pela diretoria da CBF há algum tempo.

Com Tábarez gerenciando a base (veja, ele não é o técnico dos times menores, mas o coordenador), o time conseguiu o vice-campeonato mundial sub-20, em 2013, perdendo a decisão para a França, e o vice sub-17 em 2011, sendo derrotado pelo México.

O Brasil teve bons momentos na base nos últimos anos, é verdade. Foi vice-campeão mundial sub-20 em 2015, e, claro, venceu a Olimpíada, com uma equipe sub-23 liderada por Neymar com um dos três veteranos previstos no regulamento. Mas, no geral, a análise da direção da confederação é que é preciso um trabalho mais próximo entre o técnico do time principal e aqueles da base, por isso a permanência do técnico sub-20 Rogério Micale também foi encerrada e ele foi demitido.

Damiani foi contratado em fevereiro de 2015 por Gilmar Rinaldi, que assumira meses antes como coordenador de seleções e contratou Dunga para a seleção adulta. Damiani tinha carta-branca para atuar, já que Dunga não se aproximava muito do departamento. Carta branca que, agora, o dirigente não teria mais.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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