Prêmio da Libertadores é congelado na contramão de aumento na Ásia e África
A fase de grupos da Libertadores começa nesta terça-feira (7) e o campeão, daqui a quase nove meses (o torneio agora vai até novembro), receberá premiação igual ao do Atlético Nacional (COL), vencedor em 2016 – US$ 7,75 milhões (R$ 24,1 milhões). O congelamento do dinheiro pago aos clubes vai na contramão do aumento de cotas que campeonatos similares à Libertadores tiveram para 2017 em outros continentes.
África, Ásia e Américas do Norte e Central incrementaram premiações aos participantes. Os valores ainda são inferiores aos pagos pela Conmebol na América do Sul, mas valorizaram torneios que começaram a ganhar patrocinadores e transmissão para TVs fora de seus continentes.
O aumento africano foi o maior. O campeão da Copa dos Campeões da CAF (Confederação Africana de Futebol) nesta temporada receberá US$ 4 milhões (R$ 12,4 milhões), um número 166% maior do que o US$ 1,5 milhão (R$ 4,68 milhões) pago ao vencedor de 2016, o Mamelodi Sundowns, da África do Sul.
Na Ásia, dobrou. O prêmio ao campeão passou de US$ 1,5 milhão para US$ 3 milhões (R$ 9,36 milhões) —o título em 2016 foi do sul-coreano Jeonbuk Hyundai. Na Concacaf, que reúne as federações das Américas do Norte, Central e Caribe, por incrível que pareça não havia pagamento de premiação até 2017, apenas ajuda de custo para transporte e outros gastos.
Agora, haverá distribuição de US$ 1,2 milhão (R$ 3,75 milhões) aos quatro semifinalistas. O campeão receberá US$ 500 mil (R$ 1,56 milhão). É baixo, comparado com os demais continentes, mas ainda melhor do que na Oceania, que paga apenas a ajuda de custo dos gastos para os times participarem do torneio, desvalorizado principalmente depois que a Austrália deixou a OFC (Confederação de Futebol da Oceania) e se mudou para a AFC (Confederação Asiática de Futebol), em 2006.
Todos os números citados acima não chegam perto do que é pago na Europa aos clubes que disputam a tradicional Liga dos Campeões. Somente o campeão, na temporada 2016/2017, embolsará 54,5 milhões de euros, incríveis R$ 180 milhões em cotação desta segunda.
Esse valor foi o teto estabelecido pela Uefa, na temporada passada, a 2015/2016. Pelos próximos anos, portanto, também deve ter congelamento por lá, mas com valor certamente muito mais atraente do que pago aos times sul-americanos e dos outros continentes.
E por que aqui não aumentou?
A Conmebol havia aumentado a premiação de 2015 para 2016, cerca de 40%, na esteira das prisões de cartolas do continente acusados de receberem propinas de empresas de marketing esportivo para venderem os direitos comerciais de torneios, incluindo a Libertadores.
Houve pressão dos clubes por aumento nas cotas, já que na acusação do Departamento de Justiça dos EUA se explicava que o dinheiro pago ia para o bolso dos dirigentes em vez de ir para os clubes. Para 2017, porém, a Conmebol congelou o preço alegando aos clubes que briga na Justiça o rompimento de contrato com empresas acusadas de pagar propina, para tentar melhores acordos.
Premiações para o campeão e aumento
Libertadores (América do Sul) – US$ 7,75 milhões (R$ 24,1 milhões) – igual 2016
África – US$ 4 milhões (R$ 12,4 milhões) – em 2016 era 1,5 milhão (4,68 milhões)
Ásia – US$ 3 milhões (R$ 9,36 milhões) – em 2016 era US$ 1,5 milhão (4,68 milhões)
Europa – 54,5 milhões de euros (R$ 180 milhões) – teto estipulado em 2015
Américas do Norte e Central – US$ 500 mil (R$ 1,56 milhão) – até 2016 não se pagava premiação
Oceania – Não há prêmio por meta, apenas pagamento de custos
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