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Marcel Rizzo

Mancha criará Conselho para comandar organizada após execução de fundador

Marcel Rizzo

10/03/2017 13h40

Após a morte de um de seus fundadores, Moacir Bianchi, executado na madrugada de 2 de março, a Mancha, uniformizada do Palmeiras, pretende tirar o Alvi do nome e voltar a ser apenas Mancha Verde. Para que isso ocorra, a ideia é que a escola de samba e a organizada, que hoje são entes separados, se tornem uma coisa só.

Quadros mais antigos da Mancha pretendem retomar o controle da uniformizada, que pode ter uma renúncia coletiva da atual diretoria. Instrumentos e objetos já foram retirados da sede da organizada, próximo ao estádio do Palmeiras, e levados para a quadra da escola de samba, na Pompéia, zona oeste de São Paulo.

Na nova estrutura, haveria dois presidentes dentro da Mancha, um para a escola de samba, que em 2017 voltou à elite do Carnaval de São Paulo, e outro para o futebol. Paulo Serdan seguiria como o chefe do samba. Para o futebol, num primeiro momento, será criado um Conselho, com cerca de 25 pessoas, integrantes mais antigos que tinham ligações com Bianchi, para tomar as principais decisões na nova estrutura.

Em comunicado enviado aos associados, a "nova" Mancha informou que a diretoria anterior, presidida por Anderson Nigro, o Nando, prometeu renunciar. E foi convocada também uma passeata, neste sábado (11), a partir das 12h, em homenagem a Bianchi. O grupo partirá da Avenida Presidente Wilson, altura do número 3100, próximo onde Moacir Bianchi foi assassinado.

História

Bianchi morreu, aos 48 anos, após levar 22 tiros em uma avenida na zona sul de São Paulo. Horas antes, Moa, como era conhecido, havia participado de uma reunião na sede da torcida, na zona oeste, em que se tentava uma trégua entre grupos rivais dentro da própria torcida. A polícia disse já ter identificado o atirador, segundo o SBT.

Fundada em 1983, a Mancha Verde foi extinta judicialmente em 1995, após uma violenta briga que ocorreu no estádio do Pacaembu, em um jogo de juniores entre Palmeiras e São Paulo. Mais de cem pessoas ficaram feridas e um são-paulino morreu.

A torcida ficou no limbo por quase dois anos, quando se criou uma nova agremiação, a Mancha Alviverde, sem ligação judicial com a anterior, mas com as mesmas lideranças. Nesse meio tempo, nasceu a escola de samba oriunda da uniformizada, que manteve o nome original da torcida, sem o Alvi antes de verde.

A Mancha Alviverde suspendeu suas atividades logo após a divulgação da morte de Bianchi, mas informou, depois, que era temporário. Nenhum membro da atual diretoria foi encontrado para comentar o assunto.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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