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Marcel Rizzo

Eleição que incha vices da CBF pode ser 1ª com maior poder de federações

Marcel Rizzo

24/03/2017 13h18

Atualizado às 16h03

A primeira eleição da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) no novo formato com peso maior decisório às federações estaduais pode ocorrer ainda em 2017, para escolha dos novos vices da entidade.

Há uma corrente dentro da confederação que prefere que a escolha dos novos vices só aconteça em 2019, quando ocorrer o pleito para presidente, para que se faça tudo de uma vez só. Isso ainda será discutido, mas há dirigentes pressionando para que essa eleição só dos vices ocorra o quanto antes.

No novo estatuto, a confederação decidiu aumentar de cinco para oito o número de vice-presidentes. Como há uma vaga aberta depois da morte de Delfim Peixoto, de Santa Catarina, no acidente aéreo da Chapecoense, seriam quatro eleitos agora, que se juntariam a Antônio Carlos Nunes (PA), Gustavo Feijó (AL), Marcus Vicente (ES) e Fernando Sarney (MA).

O anúncio de Marco Polo Del Nero nesta quinta aos presidentes de federações de que aumentaram as vagas, fez barulho nos bastidores da entidade. Aos cartolas, Del Nero disse que o aumento serviria para descentralizar um pouco mais o poder. Na prática, ele poderá acomodar mais aliados dentro da confederação.

No estatuto atualizado, os clubes perderam poder nas eleições da CBF. Ficou decidido que as 27 federações estaduais terão peso 3 na votação, os 20 clubes da Série A peso 2 e os 20 da B peso 1. Somando tudo isso, as federações terminam com 81 votos possíveis, contra 60 dos clubes. O argumento da CBF é que o peso maior às federações dá também poder aos clubes menores, que são aqueles que elegem os cartolas na votações regionais.

Para as vagas de vice, qualquer pessoa com ligação com o futebol pode se candidatar, mas dificilmente alguém não ligado à CBF conseguirá pleitear um lugar na eleição. Se mantém no estatuto que é preciso apoio de oito federações e cinco clubes para se candidatar.

Havia uma "briga" nos bastidores da CBF pela vaga de vice remanescente com a morte de Delfim Peixoto. O preferido da CBF é Castellar Guimarães, presidente da Federação Mineira de Futebol, indicado para a CBF para cargo em comitê da Fifa e um dos idealizadores do texto do novo estatuto. O advogado é hoje o "queridinho" de Marco Polo Del Nero.

Só que as federações do Sul, principalmente Helio Cury, do Paraná, reivindicavam essa vaga por questão geográfica, já que Delfim Peixoto, que era opositor a Del Nero, era de Santa Catarina, no Sul. O aumento do número de cadeiras, e o peso maior no voto das federações, fará com que praticamente todos os pretendentes ligados às entidades tenham vaga.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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Notícias dos bastidores do esporte, mas também perfis, entrevistas e personagens com histórias a contar.