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Marcel Rizzo

Boas atuações no Palmeiras devolvem Prass ao radar de Tite na seleção

Marcel Rizzo

04/04/2017 04h00

Prass em entrevista com a seleção brasileira (crédito: Lucas Figueiredo/Mowa Press)

Fernando Prass terá 40 anos em 9 de julho de 2018, seis dias antes da final da Copa do Mundo de 2018, na Rússia. E ele poderá estar lá. O blog apurou que ele voltou ao radar do técnico Tite.

Tite assumiu e arrumou a seleção brasileira. Rapidamente formou um time base, resgatou atletas que estavam encostados com Dunga, como o lateral Marcelo, apostou em seus homens de confiança, como o volante Paulinho, e deu chance à revelação Gabriel Jesus como titular.

Mas há uma posição que ainda é uma incógnita: o gol.

Lá atrás, em junho, quando assumiu o time principal, Tite abriu mão de ser o técnico da seleção olímpica (Dunga acumulava os cargos), e Rogério Micale foi efetivado – ele já treinava os olímpicos nos amistosos.

Houve mudanças na pré-lista dos Jogos do Rio que Dunga fazia para a de Micale. E Fernando Prass foi a surpresa. O único goleiro sub-23 que poderia ser titular, na visão da comissão técnica, era Ederson, mas o Benfica não liberou – na Olimpíada, como não é data-Fifa, os clubes não são obrigados a cederem atletas.

Sem Ederson, uma ideia que passava pela cabeça de Tite, foi a solução para Micale: Fernando Prass. Experiente, teria 38 anos na Olimpíada, Prass vivia grande fase debaixo das traves, além de sempre ser elogiado por onde passa pelo perfil de líder. Era o que Tite precisava naquele momento no time principal, e o que a seleção olímpica também necessitava pelo ouro inédito.

Prass foi convocado, começou a fase de treinos para a Rio-2016, mas o destino quis que machucasse o cotovelo e fosse cortado. Weverton, do Atlético-PR, foi chamado para o seu lugar, pegou até pênalti na final contra o Alemanha, saiu como herói e o Brasil foi campeão.

A boa atuação na Olimpíada não garantiu a titularidade de Weverton na seleção principal. A vaga, hoje, continua com aquele que havia sido eleito por Dunga: Alisson, ex-Inter, agora na Roma. Pesou muito para isso a permanência de Taffarel como preparador de goleiros, e foi ele quem apostou em Alisson no início das eliminatórias, em lugar de Jefferson, que era o dono da camisa 1 quando Dunga assumiu.

Alisson tem 24 anos, e é considerado bom goleiro. Talvez por isso mesmo que essa posição seja incógnita. "Bons" goleiros têm vários no Brasil. Tite chamou seis para a posição desde que assumiu: além de Alisson, foram Weverton, Alex Muralha, Marcelo Grohe, Ederson e Danilo Fernandes, este último para o jogo só com atletas que atuam no Brasil contra a Colômbia, em janeiro, em homenagem à Chapecoense.

Não se sabia como Prass, que perdeu o restante da temporada 2016, voltaria da lesão. Houve até dentro do Palmeiras questionamentos depois que Jailson, seu substituto, foi tão bem o substituindo na campanha do título Brasileiro. Será que Prass voltaria como reserva?

Eduardo Baptista não quis saber disso e apostou na liderança de Prass, e não deve estar arrependido. O goleiro voltou em ainda melhor forma do que em 2016, tem sido importante nas vitórias, como a de domingo passado, contra o Novorizontino, e afastou qualquer dúvida que poderia ter sobre o condicionamento de Prass.

Sem um goleiro unanimidade, as boas atuações e liderança de Prass já estão no radar de Tite. Resta saber se o técnico abrirá espaço em sua "família" depois de largar tão bem no comando da seleção.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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