Até a oposição pede para o Corinthians renovar logo com Carille
Há pressão no Parque São Jorge sobre o presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, para antecipar a renovação de contrato do Fábio Carille, que termina no fim de 2017. E membros da oposição, que podem assumir a presidência do clube em 2018, são favoráveis que renove já.
A movimentação aumentou depois que Carille revelou, em entrevista semana passada à Rádio Bandeirantes, que recebeu sondagem da China – nesta semana, à Jovem Pan, ele detalhou que foi antes do jogo contra o Grêmio, dia 25 de junho.
Conselheiros do grupo que detém o poder acham que garantir a permanência de Carille agora evitaria que qualquer problema para renovar no fim do ano seja usado por oposicionistas par desgastar a imagem do candidato da situação (que ainda não se sabe quem será).
Andrade argumenta que o calendário eleitoral do clube prejudica o planejamento porque a eleição, marcada para fevereiro de 2018, ocorre dois meses depois do fim da temporada do futebol, quando os contratos são renovados. Em conversas dentro do clube, ele diz que espera a definição dos candidatos, o que ocorrerá provavelmente em outubro, para consultá-los sobre a renovação de Carille, já que será um acordo que valerá para o próximo mandato.
Foi o que fez Mário Gobbi, antecessor de Andrade, que fez uma consulta e, com o que ouviu, não renovou o contrato de Mano Menezes ao fim de 2014 — Tite acabou contratado.
O blog ouviu pré-candidatos e líderes de grupos oposicionistas, que se mostraram favoráveis à renovação de Carille antecipadamente. Com ele, o time conquistou o Campeonato Paulista de 2017 e lidera o Brasileiro com oito pontos na frente do segundo colocado, o Grêmio, após 14 rodadas. Seja quem for assumir o clube em 2018, Carille só não será o técnico se não quiser.
"Não vejo problema em renovar com ele já, ele faz um ótimo trabalho e tem que continuar. Ele tem uma ligação forte com o clube e sabe que é um diferencial muito grande treinar o Corinthians", disse o ex-diretor de futebol Antônio Roque Citadini, que perdeu a eleição de 2015 para Roberto de Andrade e que se coloca como pré-candidato.
Sempre provocador, Citadini só fez uma ressalva sobre a proposta chinesa. "Eles têm muito dinheiro, mas vamos falar a verdade, a pessoa vai para lá e some. O Paulinho [volante, ex-Corinthians] só não sumiu por causa do técnico [Tite, que o convocou para a seleção]", disse Citadini.
Perfil do clube
Para Felipe Ezabella, ex-diretor de esportes terrestres e que faz parte de um grupo denominado "Corinthians Grande", que conta com pessoas que trabalharam nas gestões de Andrés Sanchez e Mário Gobbi, seria hipócrita uma gestão que assumisse e não permanecesse com Carille.
"Ele tem o perfil que nosso grupo pensa para o clube, é jovem [43 anos], estudioso, ético, conhece o clube. Eu não o conheço tão bem, mas outras pessoas do grupo conhecem e ele tem essas virtudes. Não teria problema nenhum renovar com ele [antecipadamente]", disse Ezabella, afirmando que isso não foi conversado por seu grupo ainda e que essa era sua posição pessoal. O "Corinthians Grande" ainda não definiu quem será seu candidato a presidente.
Derrotado em 2009 por Andrés Sanchez e em 2012 por Mário Gobbi, Paulo Garcia disse que assinaria "ontem" com Carille. Ele ainda não decidiu se vai tentar mais uma vez ser o presidente corintiano, mas tem se aproximado do grupo político de Sanchez.
"O Carille é um treinador competente, tem que permanecer e ficar por muito tempo no Corinthians. É uma pessoa que conhece o clube, está há anos no departamento de futebol, e isso é muito importante", disse Garcia.
Nome sempre cotado para ser o candidato da situação na eleição de fevereiro de 2018, o ex-presidente e deputado federal Andrés Sanchez disse que essa é uma decisão que cabe a Roberto de Andrade, que ainda será o presidente ao fim de 2017, quando ela deverá ser tomada. Sanchez tem tido que não será candidato, mas a falta de um nome forte de seu grupo o coloca como candidato natural.
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