Como o Brasil se tornou o país que mais compra jogadores no mundo
O Brasil há anos é o principal exportador de jogadores no futebol mundial, mas agora também é o que mais importa.
Detalhamento de relatório da Fifa sobre as transferências internacionais em 2016 mostra que clubes brasileiros fizeram 1.486 transações. Nenhum outro país comprou, emprestou ou vendeu tantos atletas – o segundo com mais negócios fechados, a Inglaterra, teve total de 1.391 – os dados são compilados pelo sistema de transferências da entidade, chamado de TMS.
Segundo a Fifa, 807 jogadores deixaram o Brasil no ano passado para outras confederações, tornando o país o que mais exportou. Por outro lado, 679 chegaram por aqui vindos de outros países, número também não batido por ninguém. O rico futebol inglês, que compra mais do que vende jogadores, contratou 659 atletas (veja no quadro abaixo).
Comparado com 2015, o Brasil aumentou em pouco mais de 9% o total de suas transações para 2016 (de 1.359 para 1.486), turbinado pelo aumento da importação, não da exportação. Entraram no país 16% a mais de atletas em 2016 do que em 2015 (de 585 para 679), enquanto saíram 4% a mais de um ano para o outro (de 774 para 807).
"A valorização do dólar frente ao real explica um pouco essa situação. Jogadores contratados de fora chegaram para ganhar salários maiores, por isso o aumento do número de transações", disse o consultor em gestão esportiva Amir Somoggi.
Saúde financeira
O blog ouviu executivos de clubes, que participaram de algumas dessas negociações. Outros dois fatores foram apontados para explicar o aumento das importações e o Brasil aparecer na frente de Inglaterra e Espanha, que até 2015 lideravam o número de contratações no mundo.
O primeiro é o aumento de faturamento dos clubes, principalmente em acordos com a televisão, algumas pagando luvas gordas por novos contratos assinados, e também em mais dinheiro arrecadado com bilheterias e programas de sócios torcedores — na esteira da modernização dos estádios por causa da Copa do Mundo de 2014.
O segundo foi a lei de responsabilidade fiscal, o Profut, que fez os clubes parcelarem as dívidas tributárias com juros camaradas, em troca de contrapartidas. Boa parte dessas contrapartidas é justamente melhorar a saúde financeira.
Com mais dinheiro em caixa, e menos gastos irresponsáveis, sobrou mais dinheiro para contratar jogadores de fora do Brasil, analisaram esses executivos. O grosso gasto, porém, é para o pagamento de salário e luvas para jogadores que estão fora do país, e não em transferências, diferentemente do que acontece na Inglaterra ou Alemanha.
Por isso que, se é o que mais contratou atletas, o Brasil é apenas o décimo que mais gastou, com R$ 268 milhões. A Inglaterra, por exemplo, desembolsou incríveis R$ 4,1 bilhões (veja detalhes nos quadros abaixo).
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