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Marcel Rizzo

Paulistão deve ter prêmio de 'jogador mais leal' inspirado em Rodrigo Caio

Marcel Rizzo

08/09/2017 04h00

Rodrigo Caio no momento em que se "dedurou" ao árbitro (Crédito: Reprodução TV)

O fair play (jogo limpo) foi o principal tema em encontro entre jogadores, dirigentes e treinadores na sede da Federação Paulista de Futebol para debater propostas que já podem ser usadas no Campeonato Estadual de 2018. E o são-paulino Rodrigo Caio foi usado como exemplo.

Foi levantada a possibilidade da criação de um prêmio para o atleta mais leal do torneio, e a inspiração foi uma atitude do zagueiro — é bem provável a ideia saia do papel já para 2018. No jogo de ida da semifinal do Paulistão-2017, no clássico entre São Paulo x Corinthians, em abril, Rodrigo Caio se acusou por ter pisado na perna do goleiro e companheiro de time Renan Ribeiro. O árbitro Luz Flávio Oliveira, num primeiro momento, imaginou que o corintiano Jô havia feito isso, e o advertiu com o amarelo, devidamente retirado após o alerta do zagueiro.

O cartão tiraria Jô da partida de volta, uma semana depois, pois o deixaria suspenso. A atitude de Rodrigo Caio gerou elogios, mas também críticas internas no São Paulo, que acabou perdendo o jogo no Morumbi por 2 a 0,e na semana seguinte foi eliminado da competição em Itaquera.

Não ficou claro, ainda, como seria a premiação, algo que será discutido no Conselho Técnico do torneio, a ser realizado antes do fim de 2017. Entre os profissionais presentes no encontro, no entanto, está claro que é necessário incentivar para que atitudes como a de Rodrigo Caio se repitam, e alguns jogadores, por exemplo, parem de simular faltas e se acusem se o árbitro marcar.

A simulação foi alvo de críticas, e a orientação à arbitragem deve ser tolerância zero com atletas que se joguem, principalmente dentro da área para cavar pênaltis. Já há uma orientação da Fifa para se puna com cartão quando a atitude é identificada, mas ainda há um certo receio de alguns árbitros por temerem ter interpretação errada de simulação.

Estiveram presentes no encontro os técnicos Fábio Carille (Corinthians), Dorival Júnior (São Paulo), Gilson Kleina (Ponte Preta) e Levir Culpi (Santos), e os jogadores Hernanes (São Paulo), Jailson (Palmeiras) e Ricardo Oliveira (Santos), além de executivos de futebol dos principais clubes.

Levir Culpi, por sinal, é engajado quando se trata de fair play. Na época ainda no Atlético-MG, em 2015, ele sugeriu, em reunião de treinadores da CBF, que a bola, quando devolvida por um time a outro por causa de paralisação por jogador lesionado, fosse lançada exatamente onde estava anteriormente, e não para a linha de fundo ou ao goleiro perto da meta.

Foi feita uma recomendação por escrito, mas até hoje essa "regra" de jogo limpo não está sendo seguida. A conferir como será com relação à lealdade e simulação.  

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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