Pressão sobre Dorival no SP remete a problemas de Ceni; Muricy é solução?
Existem dois questionamentos dentro do São Paulo sobre o trabalho de Dorival Júnior: o tempo que teve só para treinamentos, que até agora não reverteu em um time seguro dentro de campo; e uma possível perda de comando dentro do elenco, escancarada com o peruano Cueva cutucando o zagueiro Rodrigo Caio depois do empate contra a Ponte Preta.
Para quem acompanhou o desgaste de Rogério Ceni, antecessor de Dorival, há coincidências. Esses dois problemas foram usados como explicação da diretoria a conselheiros para demitir o ex-goleiro, para muitos o maior ídolo da história do clube.
Havia, com Ceni, tempo livre para treinar depois das eliminações nas Copas do Brasil e Sul-Americana, e o time não conseguia emplacar boas atuações. Ao mesmo tempo, avaliou-se que parte do elenco não confiava no trabalho do treinador novato. Decidiu-se encerrar o contrato no início de julho, e Dorival Júnior foi o nome escolhido de imediato.
A direção do São Paulo está dividida. Para alguns, demitir um treinador faltando 15 rodadas para o campeonato acabar, com o time em penúltimo, pode decretar de vez o rebaixamento, já que o novo profissional terá pouco tempo para acertar um time e haverá desconfiança do elenco em mais uma mudança.
Os que defendem mudar já argumentam que além dos dois questionamentos citados, há um terceiro, que coloca o trabalho de Dorival até abaixo do de Ceni (no aproveitamento, Ceni ganha com 49,5% contra 39,3%) – enquanto Ceni perdeu vários jogadores, o novo treinador ganhou reforços importantes como Petros e, principalmente, Hernanes.
Cotado como candidato a ser uma espécie de supervisor do futebol, Muricy Ramalho, hoje comentarista de televisão, já foi citado por defensores de mudança como o nome ideal para assumir o time na situação que está. Sua forte ligação com o clube é o principal argumento.
Há duas questões, porém: Muricy aceitaria a "roubada"? Tricampeão brasileiro entre 2006 e 2008, ficaria na história também como o técnico que rebaixou o time, caso o fracasso aconteça. E, segundo, o treinador teria tempo para armar o time com a força defensiva característica de seus trabalhos?
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