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Marcel Rizzo

Novo Mundial da Fifa: já há lobby para campeão da Sul-Americana ter vaga

Marcel Rizzo

12/09/2017 04h00

Confederações de menor expressão da América do Sul querem que a Copa Sul-Americana dê uma vaga ao novo Mundial de Clubes que a Fifa estuda tirar do papel em 2021.

Bolívia, Venezuela e Peru pretendem levar essa ideia à Conmebol em dezembro, quando deve ser conversado sobre critérios de classificação para o Mundial quadrienal, e mais inchado, com 24 clubes, que a Fifa quer que substitua no calendário a Copa das Confederações e no formato o atual Mundial, realizado anualmente, mas com apenas sete participantes.

A Conmebol poderia ter cinco vagas, como publicou o jornal espanhol "Mundo Deportivo". O primeiro projeto levado à tona dentro da Confederação Sul-Americana era o de classificar os quatro campeões da Libertadores nos anos anteriores ao Mundial, mais o melhor classificado no ranking da competição que a entidade atualiza uma vez por ano.

O critério ranking não agradou às confederações menores, que avaliam como nulas desta maneira chance de classificar seus clubes a algum Mundial. Na pontuação atual, só vai aparecer um time diferente de Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Colômbia na 18ª colocação, com o Emelec, do Equador. O Boca Juniors (ARG) lidera, seguido por River Plate (ARG), Atlético Nacional (Colômbia), Nacional (URU), Penãrol (URU) e São Paulo.

Como mostrou o blog, o confuso critério de pontuação, que conta campanhas nos últimos dez anos da Libertadores e até nas primeiras divisões dos Campeonatos Nacionais, depõe contra o ranking, por isso essas confederações defendem critério de boa campanha em torneio específico para uma vaga – seria indicado ao Mundial os quatro últimos campeões da Libertadores, mais o último vencedor da Sul-Americana (no caso, o de 2020 se o novo Mundial começar em 2021).

Segundo torneio em importância no continente, que classifica equipes em posições intermediárias nos torneios nacionais, a Sul-Americana ganhou mais peso a partir de 2017 porque times eliminados na fase de grupos da Libertadores ganharam vaga na competição, que é toda realizada no formato mata-mata (a Libertadores tem sua fase de grupos).

Mesmo com o aumento da competitividade, as confederações menores avaliam que teriam mais chance de ter times no Mundial via Sul-Americana do que na Libertadores ou por ranking. Desde 2002, quando recebeu esse nome (antes foi Copa Conmebol), o torneio número 2 do continente teve times de sete países diferentes erguendo a taça. Já na Libertadores, no mesmo período, foram campeãs equipes de cinco países.

O trio de confederações que vai pedir a Sul-Americana como critério de classificação devem solicitar apoio do Chile, que não tem um time campeão da Libertadores desde 1991 (com o Colo Colo), e do Equador, que só fez uma vez o campeão, a LDU, em 2008.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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