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Marcel Rizzo

Copa Rio fora de reunião sobre Mundial? 'Fifa reconhece 51', diz Palmeiras

Marcel Rizzo

25/10/2017 12h30

A Fifa deixou de fora a Copa Rio de 1951 na reunião que terá nesta sexta (27) sobre considerar campeões mundiais os vencedores de confrontos entre clubes anteriores à criação do seu torneio. Será analisada a Copa Intercontinental, como revelou o blog, que reuniu times da América do Sul e da Europa entre 1960 e 2004.

Para o Palmeiras, vencedor do torneio realizado no Brasil na década de 50, não é nem necessário entrar nessa discussão. Ao blog, o presidente Maurício Galiotte disse que o clube é reconhecido, inclusive pela Fifa, como campeão do mundo.

"O Palmeiras é o campeão do mundo de 1951. Tal fato foi reconhecido por atletas e jornalistas de todo mundo e inclusive pela Fifa, que homologou a conquista após analisar uma série de materiais que comprovaram o título", disse Galiotte.

A relação da Fifa com torneios internacionais de clubes que antecedem seu Mundial, realizado a partir de 2000, mas ininterruptamente desde 2005, é cheia de idas e vindas. E a Copa Rio de 1951, e também a de 1952, vencida pelo Fluminense, estão no meio desse imbróglio.

Em março de 2007, o Palmeiras recebeu documento da Fifa, assinado pelo então secretário-geral, o suíço Urs Linsi, declarando o time como primeiro campeão mundial por ter vencido a Copa Rio em 1951. O torneio foi realizado um ano após a derrota brasileira na Copa de 1950, em casa, como uma maneira de resgatar a autoestima brasileira no futebol.

Disputado entre junho e julho, no Rio e em São Paulo, reuniu oito clubes, entre campeões nacionais na Europa (Sporting, de Portugal, Nice, da França, Juventus, da Itália, entre outros), o Nacional, melhor time do Uruguai, e grande carrasco do Brasil na Copa de 1950, e os campeões carioca, Vasco, e paulista, o Palmeiras.

O Palmeiras foi campeão ao empatar o jogo decisivo contra a Juventus por 2 a 2, no Maracanã. A imprensa, na época, tratou a conquista como título mundial, e no início dos anos 2000 o Palmeiras começou a montar um dossiê à Fifa para que a entidade oficializasse a conquista como primeira conquista mundial. Um dos principais argumentos foi a presença no país, inclusive entregando o troféu de campeão, do então secretário-geral da Fifa, o italiano Otorrino Barassi.

"O palmeirense reconhece ser esse o maior título de sua história, tem muito orgulho desta conquista e por esse motivo ela está representada por uma estrela em nosso uniforme", completou Galiotte.

Política

A Fifa, porém, trocou de comando nos anos seguintes, e a consolidação de seu Mundial de Clubes fez com que a entidade optasse por usar nomenclaturas diferentes para cada competição. Por exemplo: o título palmeirense da Copa Rio passou a ser, para a federação, o primeiro em escala global – a palavra mundial ficou como exclusivo para aqueles times que levantaram o troféu entre 2000 e 2016 – do Brasil, Corinthians, São Paulo e Inter.

O mesmo ocorreu com a Copa Intercontinental, que de 1960 a 1979 foi disputada entre os vencedores da Liga dos Campeões e da Libertadores em jogos na Europa e América do Sul, e a partir de 1980 em jogo único no Japão. A Fifa sempre reconheceu a importância desses torneios, mas oficialmente não os considera como Mundial, o que pode mudar nesta sexta após o pedido formal da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol).

O assunto é polêmico, e independentemente do que a Fifa decidir na sexta (a tendência é considerar os vencedores da Copa Intercontinental como campeões mundiais, o que afetará os brasileiros Santos, Flamengo e Grêmio), ainda haverá espaço para mais discussão.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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