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Marcel Rizzo

Ao mercado? Palmeiras e Santos desconfiam de 'efeito Carille' com interinos

Marcel Rizzo

02/11/2017 04h00

Palmeiras e Santos terminarão 2017 com técnicos interinos. Isso não significa que serão efetivados para 2018 – as direções dos clubes ainda estão desconfiadas de que um "efeito Carille" possa se repetir pelos lados do Palestra Itália e da Vila Belmiro.

No momento, Palmeiras e Santos avaliam Alberto Valentim e Elano, respectivamente, mas ainda estão mais propensos a procurar treinadores com currículo mais extenso para 2018. Tudo, claro, passa por vitórias. Dirigentes ouvidos pelo blog dizem que para um interino dar certo é preciso resultado imediato. Por isso, Fábio Carille funcionou no Corinthians, avaliam.

Carille foi efetivado em dezembro de 2016, depois de dirigir o time na reta final do Brasileiro após a demissão de Cristóvão Borges, três meses antes. Mas ele não foi a primeira opção corintiana, que antes procurou nomes como Reinaldo Rueda e Dorival Júnior, sem sucesso.

Alguns fatores foram favoráveis a Carille: o primeiro foi de que não havia expectativa positiva para o Corinthians em 2017. O time foi até chamado de quarta força paulista, referência a estar abaixo dos elencos mais caros de Palmeiras, Santos e São Paulo. Não havia tanta pressão.

O técnico encontrou uma formação que funcionava, e foi campeão paulista. Pronto, resultado imediato que emendou em um primeiro turno com campanha histórica no Brasileiro – mais de 80% de aproveitamento. Apesar da queda de rendimento, o Corinthians ainda é favorito para levar o Brasileiro.

Planos

Se um interino que é efetivado passa por turbulências, e o time vai mal, é difícil mantê-lo porque o grupo de jogadores perde a confiança, dizem os cartolas ouvidos pela reportagem. Esse é ainda o temor de Palmeiras e Santos com Valentim e Elano (apesar do clamor do elenco palmeirense pelo interino), por isso não fecham o leque de opções.

O plano A do Palmeiras quando decidiu demitir Cuca, no meio de outubro, era Mano Menezes, que teria seu contrato vencendo com o Cruzeiro em dezembro. Teria, porque poucas semanas depois Mano renovou por mais dois anos.

Um segundo nome cogitado no clube é um que também agrada ao Santos, mas está empregado e com contrato até o fim de 2018: Jair Ventura, do Botafogo. Técnico sensação do ano junto com Carille e Renato Gaúcho, do Grêmio, Jair tem o trabalho reconhecido em um clube com poder financeiro inferior a Palmeiras e Santos, por isso o interesse por ele.

Mas ele não é unanimidade entre a cartolagem dos pretendentes. Há quem questione o fato de Jair Ventura não deixar de ser também uma aposta, pela idade, 38, e porque só tem um trabalho no currículo. Se é para apostar, que fiquem com Valentim, 42, ou Elano, 36, que vão custar bem menos do que Jair, avaliam aqueles do contra.

O Santos ainda tem outro nome na pauta, como já mostrou o blog: Roger Machado, 42, atualmente sem clube. Mas aí entraria novamente a questão financeira: vale pagar caro por um treinador que também ainda não tem um currículo recheado?

A procura por nomes nesses clubes acabaria em uma situação: título brasileiro conquistado. Palmeiras e Santos ainda estão na disputa, apesar da distância de cinco e seis pontos, respectivamente, para o líder Corinthians. Mas se interino precisa de resultado imediato para funcionar, Valentim e Elano têm sete jogos para provar que devem ser efetivados.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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