Viagens e tempo de treino: os melhores grupos para o Brasil cair na Copa-18
As bolinhas que vão definir o chaveamento da Copa do Mundo da Russia-2018 serão sorteadas na próxima sexta (1) e a seleção brasileira está entre as oito cabeças-de-chave. A Rússia está confirmada no A, por ser a anfitriã, e o Brasil pode aparecer entre os grupos B e H.
Há uma preferência para a CBF em qual ficar. Duas, aliás, por motivos distintos: o B, por logística, e o G, que também atende razoavelmente à questão do deslocamento, mas também dá mais tempo de treinamento até a estreia.
A comissão técnica escolheu a cidade de Sochi, a 1,6 mil km da capital Moscou, como base durante o Mundial — a delegação ficará hospedada no luxuoso Swissôtel Resort Sochi Kamelia. Os deslocamentos serão longos para se jogar a Copa da Rússia, por isso o chaveamento é importante para se definir o planejamento de treinamentos.
O ideal, portanto, seria ter um confronto da primeira fase em Sochi, uma das 11 sedes. Três cabeças-de-chave jogarão a etapa de grupos nesta cidade: os do B, G e F. Nos dois primeiros, a estreia ocorre em Sochi, por isso a preferência da CBF por essas chaves. Há dois outros motivos, já citados: o deslocamento e a data da primeira partida.
Se cair no B, a seleção fará seu menor deslocamento na primeira fase do Mundial. Todos os cabeças-de-chave atuam, necessariamente, uma partida em Moscou, que tem dois estádios na Copa, o Luzhniki e o Spartak Stadium. No Grupo B, o Brasil estrearia em Sochi, viajaria até Moscou e depois para fechar a participação na primeira fase atuaria em Saransk, a 1,6 mil km de Sochi.
Seria o menor deslocamento tendo Sochi como uma das sedes a se jogar, já que no F há uma partida em Kazan (2 mil km distante da base) e no G uma em Kaliningrado (2,5 mil km de Sochi).
No B, há outra vantagens: a primeira, ainda por logística, é que em caso de classificação como primeiro colocado, as oitavas seriam em Moscou, e as quartas, caso vá avançando, em Sochi, o que facilitaria a manutenção da base. Em caso de tropeço e vaga como segundo colocado, as oitavas já seriam em Sochi, evitando novamente um deslocamento longo.
A segunda vantagem é técnica: o confronto direto nas oitavas de final seria contra um dos vencedores do Grupo A, que tem a Rússia como cabeça-de-chave. Diminuiria-se o risco, por exemplo, de um clássico logo na segunda fase, já que no grupo russo só há a chance de ter um time tradicional, como Espanha ou Inglaterra, que devido ao ranking da Fifa não encabeçarão grupos. Essa possibilidade cresce em outras chaves.
Tempo de treinamento
O Grupo G agrada porque a estreia só ocorre dia 18 de junho, uma segunda-feira, quatro dias após a competição começar, em 14 de junho. Três ou quatro dias a mais de treinamentos parecem pouco, mas em um torneio curto como a Copa do Mundo fazem a diferença.
Principalmente porque é muito provável que Tite não tenha logo nos primeiros dias de trabalho, no fim de maio, os jogadores que estiverem na final da Liga dos Campeões — que será disputada dia 26. A Fifa abre uma exceção e permite que os times que tenham atletas nessa partida os liberem depois.
Neymar e Daniel Alves, com o Paris Saint-Germain, Marcelo, do Real Madrid, Gabriel Jesus, no Manchester City, e Paulinho, do Barcelona, para citar os favoritos ao título europeu, teriam portanto mais tempo de treino com a seleção se a estreia ocorrer um pouco depois.
Essa é a desvantagem de cair no Grupo B. Apesar do quesito deslocamento ser favorável, o primeiro jogo é logo no segundo dia da Copa, 15 de junho (uma sexta).
Tudo, é claro, depende da sorte. Mas às vezes o desejo se transforma em realidade. Na Copa-2014, a Argentina queria muito (mesmo) cair no Grupo F, único em que um cabeça-de-chave jogaria em Porto Alegre, cidade sede mais próxima da capital argentina, Buenos Aires. Foi o que aconteceu.
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