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Marcel Rizzo

Neymar vai poder tirar selfie e postar durante a Copa. Mas não nos estádios

Marcel Rizzo

01/12/2017 04h00

A Fifa aproveitou que as 32 delegações que vão disputar a Copa do Mundo de 2018 estão na Rússia para acompanhar o sorteio dos grupos do torneio, que ocorre nesta sexta (13h de Brasília), para distribuir as orientações de uso de mídias sociais e de proteção aos parceiros comerciais durante a competição.

Os atletas que gostam de tirar selfies (como o craque brasileiro Neymar) e postar nas redes estão proibidos de fazer isso durante a Copa nos estádios (qualquer setor) em que as partidas ocorrerão. Mas a Fifa abriu duas exceções, a pedido das delegações em reuniões anteriores: estão permitidas nos hotéis em que as seleções estiverem hospedadas, e em áreas de mídia dos centros de treinamento.

Existem, claro, algumas limitações para essas postagens, seja foto ou texto, a maioria envolvendo o temor da Fifa com o chamado "marketing de emboscada", quando empresas não parceiras da entidade na Copa procuram alternativas de exibirem suas marcas atreladas ao Mundial — e algumas vezes jogadores e membros de delegações são usados para isso, com ou sem intenção.

Um atleta poderá postar no Instagram, por exemplo, foto dele e de companheiros no hotel em que o time estiver hospedado. Mas essa imagem não pode mostrar nada que remeta à publicidade, como por exemplo uma foto em que apareça despretensiosamente aquele fone de ouvido novinho em folha com a marca da empresa que o produziu em destaque. A Fifa elegeu esse aparelho como o principal vilão para seus parceiros comerciais.

No comunicado que enviou às delegações, a Fifa escreveu que "reconhece que o fone de ouvido é peça importante de concentração aos jogadores no pré e pós jogos. Mas que o uso desses equipamentos com qualquer tipo de de propaganda é proibido e que, caso o atleta queira usar o fone nas áreas controladas pela Fifa, que retire ou cubra qualquer marca".

Em caso de descumprimento das regras impostas pela Fifa, a seleção e o jogadores podem ser levados ao Comitê Disciplinar, que pode dar uma advertência, uma multa ou, em caso de reincidência ou de gravidade, até excluir o atleta e até mesmo o país da competição (algo bem improvável de acontecer).

A Fifa também tem preocupação com mensagens religiosas ou discriminatórias. O documento enviado às delegações, como de praxe nos torneios Fifa, deixa claro que qualquer menção religiosa, política ou algo considerado como racismo são passíveis de graves punições, para jogadores ou membros das equipes. Isso vale em estádios, hotéis e centros de treinamentos durante o Mundial.

A entidade tem 12 patrocinadores fechados para a Copa-2018, menos do que os 20 com que trabalhou na Copa-2014, no Brasil, como mostrou o blog do jornalista Rodrigo Mattos. A proteção às marcas que colocam dinheiro no Mundial se tornou ainda mais importante para a Fifa com essa diminuição de parceiros, para mostrar a outras empresas que pode ser seguro patrocinar a Copa.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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Notícias dos bastidores do esporte, mas também perfis, entrevistas e personagens com histórias a contar.