Eleição no Corinthians racha setor do clube que costuma eleger presidente
Quem frequenta o Parque São Jorge, sede social do Corinthians, já ouviu falar do Canindé, o departamento de futebol associativo adulto no qual sócios formam times e se enfrentam como se fossem Cássio, Gabriel, Jadson e Jô.
E, de forma inédita, o Canindé está rachado para a próxima eleição para presidente, em 3 de fevereiro de 2018. Antes reduto do grupo no poder desde 2007, o Renovação e Transparência que terá o ex-presidente Andrés Sanchez como candidato, o departamento deve dividir os votos entre três candidatos. Votos que são considerados dos mais importantes dentro do clube.
Antonio Roque Citadini e Felipe Ezabella confirmaram entre seus vices, respectivamente, Augusto Melo e Fabio Carrenho, que têm influência e votos no Canindé. O racha em um dos departamentos mais tradicionais do Parque São Jorge mostra que essa deve ser a mais equilibrada eleição desde que Sanchez foi eleito pelos associados em 2009 (em 2007 ele ocupou a vaga de Alberto Dualib, que renunciou, mas foi escolhido pelos conselheiros) — o quarto candidato é Romeu Tuma Jr.
Quem frequenta o clube avalia que o cardápio de candidatos, pela primeira vez, ameaça o grupo que elegeu duas vezes Sanchez, e fez os sucessores Mário Gobbi (em 2012) e Roberto de Andrade (em 2015, e atual mandatário). Citadini, além de Nunes, colocou em sua chapa Osmar Stábile, eterno candidato a presidente que leva votos de associados mais antigos.
Ezabella faz parte de um grupo dissidente do Renovação e Transparência, e traz com ele ex-diretores de Sanchez como Raul Corrêa, que por anos cuidou do financeiro do clube, e Fernando Alba, que comandou dois departamentos estratégicos, o esportes aquáticos e o esportes terrestres.
O grupo de Sanchez tem cartas na manga. A primeira foi a de tentar colocar no páreo um quinto candidato, Paulo Garcia, outro que já tentou ser presidente e que, na visão dos situacionistas, tiraria votos da oposição. Mas a suspeita de que pessoas ligadas a Garcia possam ter participado de uma possível isenção a associados inadimplentes fez com que sua candidatura nem saísse do papel.
Agora, Sanchez aposta em duas mulheres como vice em sua chapa, Edna Murad e Maria de Lourdes Jacob, que podem levar a ala feminina do clube a apoiá-lo. O fato é que a busca por votos está mais ativa do em eleições anteriores, e o racha no Canindé é uma amostra de que o páreo está aberto.
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