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Marcel Rizzo

Intercontinental aparece em regulamento da Libertadores e ganha força

Marcel Rizzo

13/01/2018 04h00

No regulamento da Copa Libertadores aparece a possibilidade de o time campeão voltar a disputar a Copa Intercontinental, o confronto entre os melhores da América do Sul e da Europa que foi disputado entre 1960 e 2004 e que recentemente ganhou a chancela da Fifa de Campeonato Mundial.

A Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) e a Uefa (União Europeia de Futebol) trabalham para que o jogo retorne, com o aval da Fifa, provavelmente a partir de 2019 — por isso a importância de se deixar claro no regulamento da Libertadores de 2018 que o campeão dessa edição pode ser o representante sul-americano no Intercontinental se ele voltar a ocorrer no próximo ano.

O artigo 14 do regulamento específico da Libertadores-2018 diz que "se o clube campeão da Copa Libertadores desistir de participar da Recopa ou Mundial de Clubes, e eventualmente da Copa Intercontinental, será substituído pelo vice-campeão ou, em sua falta, pelo seguinte melhor time na classificação da referida Libertadores. O time campeão que desistir de participar das mencionadas Copas não poderá disputar a Libertadores ou qualquer torneio organizado pela Conmebol pelas próximas cinco edições para qual tenha se classificado".

Colocar o "eventualmente" na possibilidade de disputa da Copa Intercontinental é importante porque o confronto não tem confirmação ainda. A Recopa a que se refere o artigo é o enfrentamento entre o campeão da Libertadores-2018 contra o vencedor da Sul-Americana-2018, que ocorre em 2019. E o Mundial de Clubes é o da Fifa, que em 2018 será disputado nos Emirados Árabes Unidos novamente — esse torneio, que não dá lucro à Fifa e tem o regulamento criticado, pode estar com os dias contados no formato atual.

Mas se a Copa Intercontinental só deve voltar em 2019, porque o campeão de 2018 seria o representante, e não quem ganhar a Libertadores do ano que vem? Simples: porque Uefa e Conmebol ainda avaliam qual a melhor data para a realização do jogo, que deve ser único. Há possibilidade de ser realizado no meio do ano, entre junho e agosto, antes do inicio do calendário europeu e bem no meio da disputa da Libertadores, o que faria com que o time vencedor do torneio do ano anterior seja o indicado sul-americano para o confronto.

As confederações procuram patrocinadores que banquem a volta do jogo. Entre 1960 e 1979, os vencedores da Libertadores e do continental europeu jogavam partidas de ida e volta, em suas casas, ou seja, na Europa e na América do Sul. A partir de 1980, com patrocínio de empresa japonesa, o jogo passou a ser único, no Japão. Em 2004 ocorreu a última edição porque no ano seguinte a Fifa passou a organizar seu Mundial como é conhecido hoje, nas mesmas datas em que ocorriam o Intercontinental.

As entidades querem o formato de partida única, mas não necessariamente em sede fixa. A ideia é levar a partida para países que tenham interesse em pagar, como China, Coreia do Sul, Qatar e EUA.

Ainda não há uma data estipulada para que se defina a volta do Intercontinental, até porque depende do investimento que vai ser levantado. É preciso também que a Fifa defina o que fará com o seu Mundial, que pode ter formato alterado de anual para quadrienal, com mais equipes na disputa (algo, porém, que desagrada aos europeus).

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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